É a primeira mulher presidente da Hungia. Katalin Novak foi eleita esta quinta-feira, 10 de março, pelo parlamento do país e é vista como uma aliada do primeiro ministro ultranacionalista Viktor Órban.
Eleita por 137 votos dos 199 assentos parlamentares, num hemiciclo dominado em 2/3 pelo partido de direita Fidesz – também do primeiro-ministro -, Novak bateu o líder da oposição, o economista Peter Rona. “Nós, mulheres, criamos filhos, cuidamos dos doentes, cozinhamos, estamos em dois lugares ao mesmo tempo se for necessário, ganhamos dinheiro, ensinamos, ganhamos prémios Nobel, limpamos janelas”, afirmou no discurso que antecedeu a votação.
“Conhecemos o poder das palavras, mas podemos ficar quietos e ouvir se for preciso, e defender as nossas famílias com uma coragem maior do que a dos homens se o perigo ameaçar”, disse a governante de 44 anos, casada, com três filhos, a agora recém-eleita mais jovem chefe de Estado da Hungria.
“É porque sou mulher e, não apesar disso, quero ser uma boa presidente da Hungria”, afirmou a até agora ministra da Família e que partilha das ideias conservadoras do líder do Governo. De acordo com as leis atuais, a eleição do chefe de Estado requer o apoio de dois terços dos parlamentares numa primeira votação ou de uma maioria absoluta num segundo escrutínio.
Estas são as oitavas eleições presidenciais desde a queda da ditadura comunista em 1989 e, até agora, houve dois políticos que foram reeleitos, Árpád Göncz (eleito em 1990 e 1995) e o atual Presidente, János Áder (eleito em 2012 e 2017).
Eleito por um período de cinco anos, o Presidente é o mais alto cargo da República húngara, mas, ao mesmo tempo, é de natureza eminentemente representativa e cerimonial, com poderes limitados, embora possa bloquear temporariamente a aprovação de leis ou convocar referendos.
Isso significa que o Presidente só pode vetar uma lei uma vez: se o Parlamento a aprovar novamente, o chefe de Estado deve assiná-la e publicá-la.
O Presidente é também responsável pela convocação das eleições, é o comandante das forças armadas e nomeia os reitores das universidades e o governador do Banco Nacional, entre os candidatos recomendados por aquelas instituições.
CB com agências
