Kathrine Switzer termina Maratona de Boston aos 70 anos

Kathrine Switzer

Kathrine Switzer foi, em 1967, a primeira mulher a participar e completar a Maratona de Boston com dorsal e identificação, numa altura em que os elementos do sexo feminino costumavam ficar apenas na assistência. Com apenas 20 anos, a norte-americana quebrou todas as regras tácitas, inscreveu-se com o nome de K.V. Switzer, escondendo o seu nome feminino, e conseguiu entrar.

Mas, logo no início da corrida o diretor da organização tentou afastá-la. Jock Semple, entrou na pista e tentou agarrá-la e impedi-la de correr, mas não conseguiu. Apenas pode arrancar-lhe o número das costas.

A jovem foi ajudada por Tom Miller, um jogador de futebol americano, e pelo homem que a treinava, Arnie Briggs, que fizeram uma verdadeira placagem a Semple. O momento foi captado pelos fotógrafos e as imagens ficaram para a história (pode vê-las abaixo). Na segunda-feira, 50 anos depois deste feito e com 70 anos, Switzer voltou a completar a prova.

Maratona de Boston
Fotografia retirada do Facebook da Syracuse University

“Foi incrível. Foi uma verdadeira corrida de celebração e em todo o caminho as pessoas estavam a apoiar-me”, disse Kathrine Switzer à CBS Boston.


Os artigos mais lidos:
Ama de Maddie fala pela primeira vez
Dez sinais de que está na hora de deitar roupa fora
Cientistas descobrem receita de panquecas que emagrece


Aos 20 anos, a ex-maratonista completou a prova em quatro horas e 20 minutos. Meia década depois demorou quatro horas, 44 minutos e 31 segundos.

Para as mulheres, a atitude de Kathrine Switzer foi importantíssima. No entanto, apesar do ato de rebeldia, só cinco anos e uma enorme campanha feminista depois, em 1972, é que os organizadores da Maratona de Boston começaram a aceitar a participação do sexo feminino.

Agora, para assinalar o feito da ex-atleta, os responsáveis pela prova vão retirar o dorsal número 261 da maratona. O anúncio foi feito na segunda-feira.

“É o testemunho do poder deste número, que significa sem medo em todo o mundo agora”, afirmou a norte-americana em reação à atitude da organização.