Kim Kardashian condena ‘Wall Street Journal’ por anúncio que nega genocídio arménio

U.S. television personality Kim Kardashian and her sister Khloe Kardashian pose for a picture as they attend meetings at the government building in Yerevan
U.S. television personality Kim Kardashian (R) and her sister Khloe Kardashian pose for a picture as they attend meetings at the government building in Yerevan, April 9, 2015. Armenia rolled out the red carpet for U.S. reality TV star Kim Kardashian as she visited her ancestors' homeland on Thursday, ahead of the 100th anniversary of mass killings of Armenians by Ottoman soldiers. REUTERS/Tigran Mehrabyan/PAN Photo ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS - RTR4WPFN

Kim Kardashian, cuja família fugiu da Arménia no início do século XX, tomou uma posição política ao publicar, no passado fim de semana, uma página no ‘The New York Times’ intitulada “A negação do genocídio não pode ser permitida”.

Na missiva, a estrela de reality tv critica abertamente o ‘Wall Street Journal’ (WST) por ter publicado em abril passado um anúncio de uma plataforma que nega o massacre que, entre 1915 e 1923, vitimou – estima-se – 1,5 milhões de arménios, mortos pelo exército otomano.

“Quando soube desse anúncio de página inteira publicado no ‘WST’ a negar o genocídio arménio, não consegui desvalorizar”. Kim escreve que o anúncio foi alegadamente pago pela Turkic Platform, uma organização não-governamental de “união de todos os turcos e movimentos turcos espalhados pelo mundo” e que o texto “diz que não morreram tantas pessoas quantas dizem os historiadores e que a culpa foi dos arménios”.

A mulher do rapper Kanye West, que visitou o país de origem dos seus antepassados em abril de 2015 (na imagem, com a irmã, Khloé, durante a visita à Arménia), por ocasião das cerimónias do centenário do genocídio, classifica a publicação do anúncio de “imponderada, perturbadora e perigosa”. “Uma coisa é um tabloide qualquer lucrar com um escândalo inventado mas uma publicação de confiança lucrar com um genocídio é vergonhoso e inaceitável”.

O anúncio do ‘WSJ’, publicado a 20 de abril, contém a morada de um site chamado Fact Check Armenia. Nessa plataforma, lê-se que foram os rebeldes arménios que levaram a cabo o massacre de turcos, “incluindo mulheres e crianças” e nega também o número de mortes arménias, bem como a própria definição de genocídio.

Na altura, ao Gawker, um responsável do prestigiado jornal de economia explicou a decisão de publicar a página: “aceitamos uma grande variedade de anúncios, incluindo os que expressam pontos de vista provocadores”. Kim questiona ainda se o ‘WST’ teria publicado um anúncio negando o Holocausto ou com uma teoria da conspiração em torno do 11 de setembro. “Quando negamos o nosso passado, colocamos em perigo o nosso futuro”

Nos Estados Unidos, 45 estados reconhecem o genocídio arménio, mas não existe uma posição a nível nacional sobre o tema. A nível internacional, existem 28 países que reconhecem o massacre como genocídio.