Em tempo de luta no futebol, desporto feminino ganha novo site

pexels-rfstudio-3621498
[Fotografia: DR]

O sítio Lado F, criado pelo jornalista Mário Duarte e com uma equipa de seis pessoas, é lançado para “dar voz e visibilidade” ao desporto feminino em Portugal, particularmente ao futebol, explicou o diretor.

Depois de “20 anos no jornal O Jogo”, até janeiro deste ano, e seis meses no Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Mário Duarte apercebeu-se “de que não havia nada direcionado para o futebol feminino” na comunicação social.

FIFA duplica investimento no futebol feminino, mas ainda longe do masculino

“Nada que se debruçasse em específico sobre essa vertente. Reuni com pessoas que também já estavam a pensar nesse sentido, foi uma conjugação de interesses e motivações, e, neste momento, somos uma equipa de seis pessoas e queremos dar a conhecer, divulgar, mostrar e contar histórias, dar voz às mulheres que praticam desporto em Portugal, que não têm esse espaço de todo”, resume o diretor.

A equipa, de seis elementos, conta apenas com uma mulher, Daniela Martins, que trabalha “a parte gráfica”, com outros dois jornalistas, Paulo Teixeira e Rafael Reis, um responsável de ‘marketing’, Rui Sota, e um responsável pela fotografia e vídeo, Filipe Amorim.

Com Mário Duarte “a suportar os custos e investimentos” do projeto, que lançou por si próprio, foi criada “uma dinâmica muito interessante” com “jogadoras, treinadoras e pessoas ligadas ao desporto feminino que divulgaram o projeto e se associaram a ele” nas redes sociais.

Além de nomes do futebol, como a treinadora do Sporting, Susana Cova, a selecionadora do Equador, Emily Lima, e jogadoras como Sílvia Brunheira e Edite Fernandes (Clube Futebol Benfica), Dolores Silva (Sporting de Braga), Inês Pereira (Sporting), Joana Neves (Valadares Gaia) ou Patrícia Cavadas (Albergaria), também atletas de outras modalidades se associaram.

A velejadora olímpica Mariana Lobato, a karateca Patrícia Esparteiro, a triatleta Andreia Ferrum ou a campeã mundial de bodyboard Joana Schenker são alguns exemplos da campanha, sob o ‘slogan’ “Lado a Lado”.

Essa implementação, espera, poderá levar à ocupação de vários espaços para publicidade disponíveis no ‘site’, a forma que identifica como fonte de rendimento primordial, até por este ser “um nicho de mercado que está por explorar”.

“Acreditamos que é possível encher estádios com o futebol feminino em Portugal”

A nível de conteúdos, a aposta passará por entrevistas em vídeo e texto, como a que abriu o projeto, no dia 1 de setembro, com a jogadora do Sporting e da seleção Carolina Mendes, além de “reportagens, ir conhecer os clubes menos conhecidos”, mas também outras modalidades que não o futebol.

“É um risco, todo este projeto implica um certo risco, até pelo investimento associado, mas estou muito confiante no projeto e tenho total confiança na equipa. Vamos conseguir cumprir os objetivos de dar voz e visibilidade às mulheres que praticam desporto no nosso país, com especial incidência no futebol”, resume Mário Duarte.

Elas dizem que não vão à Casa Branca mesmo que ganhem Mundial de futebol