Lady Gaga tem a mesma doença que milhares de portuguesas

Depois de ter anunciado que ia fazer uma “pausa na carreira”, Lady Gaga revelou esta terça-feira, 12 de setembro, qual a doença crónica que a vai afastar dos palcos por uns tempos.

A informação surgiu no âmbito da conferência de apresentação do documentário para o Netflix sobre a sua vida, Five Foot Two, e que está a ser apresentado no Festival de Cinema de Toronto. Inquirida pelos jornalistas sobre a doença, Gaga declarou, em lágrimas, que era “difícil falar do assunto, mas era, ao mesmo tempo, libertador“.


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Lady Gaga admitiu ter fibromialgia, uma doença crónica que provoca dores profundas e que atinge 300 mil pessoas em Portugal, com especial incidência nas mulheres: podendo sofrer cinco a nove vezes mais do que os homens. Na galeria acima poderá ficar a conhecer alguns sintomas desta patologia, que foi reconhecida, por cá, em dezembro de 2016.

“Ela nem sequer tem a certeza de como pode lidar com isto”

O produtor, Chris Mourkabel, contou que filmar as cenas de dor da artista que sobre de fibromialgia foram “incrivelmente difíceis, a um nível humano e primário”. Contudo, ela nunca pediu para interromper.

“Acho que ela queria que eu mostrasse isto mesmo, acho que ela está muito atenta às outras pessoas que, tal como ela, têm de lidar com dores crónicas semelhantes e desta magnitude. Ela nem sequer tem a certeza de como pode lidar com isto, essa é que é a realidade“, considerou o produtor.

E se a dor fôr um microfone?

Para Lady Gaga, a forma de superar a dor passa por a transformar noutro elemento de força. “Uma grande parte de mim acredita que a dor é um microfone”, declarou. “A minha dor não me faz bem a não ser que eu a transforme em algo que seja positivo. Por isso, espero que as pessoas que estão a ver e que estão a lidar com esta dor crónica saibam que não estão sozinhas“, afirmou a artista na conferência.

Por cá, a doença já atinge cerca de 300 mil pessoas, de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia.

Doença pode atingir 2% da idade adulta

Reconhecida como patologia pela Direção-Geral de Saúde no final do ano passado, tal indica que, uma vez declarada pelo utente, “todos os centros de saúde, para todos os centros hospitalares” e todos os profissionais de saúde vão ter que a seguir.

A norma admitida em Portugal era o passo pelo qual o Ministério da Saúde aguardava para prosseguir o processo que recomendava ao Governo a implementação de medidas pelo reconhecimento e proteção das pessoas com fibromialgia.

As estimativas apontam para que a fibromialgia possa atingir cerca de 2% da população adulta portuguesa, sendo que as mulheres são cinco a nove vezes mais afetadas do que os homens por esta doença que se inicia, em regra entre os 20 e os 50 anos.

CB

Imagem de destaque: Reuters