Lagarde: Desenvolvimento económico depende da “educação das mulheres”

International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde speaks at a press conference to launch the publication of the 2017 Article IV assessment of the UK at the Treasury in central London
International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde speaks at a press conference to launch the publication of the 2017 Article IV assessment of the UK at the Treasury in central London, Britain, December 20, 2017. REUTERS/Stefan Rousseau/Pool - RC13AB1768C0

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, assegurou este domingo, 31 de dezembro, em declarações ao Le Journal du Dimanche, que a recuperação da economia mundial será “mais forte e melhor repartida” em 2018.

“O desenvolvimento económico face ao crescimento populacional é uma corrida contra o tempo, que será perdida se a demografia não for controlada, o que passa, em primeiro lugar, pela educação das mulheres e pela consciência geral desses países”, referiu Lagarde. Segundo afirmou esta responsável, “em 2017, pela primeira vez em muito tempo, revimos as previsões de crescimento mundial. A recuperação será mais forte e melhor repartida”, considerou, salientando que este comportamento positivo não envolve apenas os países emergentes.

O FMI definiu que a taxa de crescimento mundial para 2018 será de 3,6%, o que para Lagarde significa um regresso “aos níveis médios das últimas décadas”, interrompidos pela crise financeira de 2007 e 2008. A diretora da instituição considerou ainda que a zona euro está “fortemente consolidada” e que a moeda “está bem”, sublinhando que a união monetária é “uma criação magistral, que constitui uma alternativa à China e aos Estados Unidos”.

No que concerne aos Estados Unidos, Lagarde apontou que o potencial de crescimento atingiu os 2%, valor que só pode ser superado com um aumento da produtividade, algo “difícil” num ambiente marcado pelas novas tecnologias. Ao mesmo tempo, a representante do FMI referiu que África “tanto pode ser o continente do futuro, como um continente dramático”, o que dependerá do controlo da demografia e das políticas de desenvolvimento.

Imagem de destaque: Pool New/Reuters

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