Lágrimas, emoção e segurança apertada no regresso de Malala ao Paquistão

malala RT_ Saiyna Bashir

A prémio Nobel da Paz Malala Yousafza terminou esta segunda-feira, 2 de abril, a visita ao seu país natal, Paquistão. Um regresso à terra que a viu nascer marcado pelas lágrimas, pela emoção dos reencontros, pelo choque do que se vê hoje e pelas fortes e apertadas medidas de segurança a que a jovem se teve de submeter.

Na verdade, um retorno – o primeiro desde 2012 – após o momento em que foi atingida por uma bala na cabeça por defender o direito das raparigas à educação.

A ativista, de 20 anos, deixou o hotel onde estava hospedada, sob fortes medidas de segurança, e partiu do aeroporto internacional Benazir Bhutto com destino a Londres, onde vive atualmente.

Malala regressou na quinta-feira ao Paquistão, onde foi recebida pelo Governo e pelas instituições paquistanesas. A ativista foi incapaz de conter as lágrimas no discurso filmado no gabinete do primeiro-ministro, Shahid Khaqan Abbasi, durante o qual afirmou que regressar ao país “é um sonho”.

Na manhã de sábado, a estudante chegou num helicóptero militar, acompanhada pelos pais e pelo irmão, a Mingora, a sua terra natal, onde foi montado um forte dispositivo das forças de segurança e com muitas ruas a permanecerem cortadas pelo exército. “Tanta alegria em ver a minha família em casa, visitar os amigos e em pisar este solo novamente“, escreveu Malala na rede social Twitter, no sábado.

No entanto, a presença da ativista também despertou duras críticas e protestos, como o organizado pela principal associação de escolas privadas do país que, na sexta-feira, usou o lema: “Eu não sou Malala”.

Malala Yousafzai abandonou o Paquistão entre a vida e a morte após a tentativa de assassínio perpetrada por militantes talibãs, quando regressava da escola. Tratada em Inglaterra, tornou-se um ícone dos direitos das raparigas à educação, o que lhe valeu o prémio Nobel da Paz em 2014, em conjunto com o indiano Kailash Satyarthi.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Saiyna Bashir/Reuters