Catarina Martins: “Dia difícil”, “mau resultado” e luta contra “deputados racistas”

PORTUGAL LEGISLATIVE ELECTIONS 2022
[Fotografia: João Relvas/EPA]

Em dois anos, o Bloco de Esquerda passa de terceira a sexta força política, quando estão ainda 3% dos votos das freguesias por apurar. A coordenadora do BE veio já a terreiro assumir “dia difícil” e “mau resultado”, mas sublinha que há batalha dura por travar, ela que foi a primeira deputada bloquista eleita esta noite, 30 de janeiro, pelo BE, pelo distrito do Porto

“É um dia difícil e um mau resultado com que saberemos viver e responder com os compromissos para com o pais e para com quem trabalha. É também um mau resultado pelos resultados que tiveram o Chega e a extrema-direita. O Chega tem um resultado que fica àquem do que obteve André Ventura nas Presidenciais, mas cada deputado racista no Parlamento é um deputado racista a mais, e cá estaremos para o combater todos os dias”, afirmou no discurso em noite de Legislativas.

Umas eleições de onde ressaltam, nas palavras de Catarina Martins, “três verdades: um mau resultado, uma maioria socialista e deputados racistas a mais no Parlamento, estamos cá para combatê-los”, reiterou.

Um discurso em que a coordenadora do BE fala em eleições antecipadas por via de uma “manobra artificial para obter maioria absoluta”, numa “campanha muito difícil, em que a bipolarização que se vê que era falsa e criou uma enorme pressão sobre o voto útil e que penalizou os partidos da esquerda”.

Vincou que o BE não chumbou o Orçamento do Estado (OE) por “tática eleitoral”. “Chumbámos sabendo que corríamos riscos eleitorais, mas com a convicção que o OE do PS agravava a situação no Serviço Nacional da Saúde, a de quem vive do seu trabalho, que tem salários congelados e pensões sem poder de compra”.

Sobre a liderança, a coordenadora do BE lembra que o partido “tomará as suas decisões, e essas cabem aos seus militantes”, afirmou. “Tivemos convenção há seis meses e atual direção cá estará para assumir responsabilidade e decidir o que BE vai fazer. Nunca foi na sequência de resultados eleitorais que o BE decidiu a sua direção. Faremos o balanço das eleições e tomaremos as decisões que os militantes do BE optem por tomar no partido”, afirmou, num discurso muito aplaudido no Capitólio, em Lisboa.