Legislativas: Foram eleitas menos mulheres deputadas do que em 2019

Hemiciclo parlamentar
[Fotografia: (Orlando Almeida / Global Imagens]

Com os dados dos consulados ainda por apurar – e que resultam em quatro lugares que têm estado até agora nas mãos de homens -, os resultados destas legislativas de 2022 não trazem boas notícias para as mulheres e para a representação das mesmas em sede parlamentar.

De acordo com as contas do Delas.pt, o novo hemiciclo vai ser composto por 82 mulheres, menos sete do que o sufrágio em 2019 (89 segundo dados da Pordata).

A matemática da atribulada noite eleitoral de 30 de janeiro resulta, nesta primeira fase, numa participação feminina a suplantar os 35%, cumprindo a lei das quotas praticamente no limite mínimo estabelecido.

O Bloco de Esquerda cai de nove para cinco deputados, mas emerge com uma maioria feminina: três mulheres.

O PCP mantém uma representação de 50% e dos seis deputados eleitos, três são do sexo feminino. Um dos vencedores da noite, o Iniciativa Liberal, elege três mulheres num grupo parlamentar que será composto por oito elementos.

Entre os casos mais emblemáticos de falta de representação feminina nas bancadas está o Chega, que consegue eleger 12 deputados à Assembleia, mas apenas uma é mulher: Rita Cid Matias, por Lisboa.

O PSD, perdendo quatro deputados (sem contar com os possíveis dois do ciclo da emigração) em 2022, segura as 26 mulheres, mantendo o mesmo número de 2019 (e não 25 como inicialmente o Delas.pt avançou). Neste caso, e com as contagens dos consulados, o PSD pode colocar mais uma mulher no Parlamento – a ex-deputada e ex-conselheira da embaixada de Portugal em Berna – cabeça de lista pela Europa.

Já o PS, que conquista a maioria absoluta e consegue mais nove deputados em 2022 – uma vez mais sem o masculino círculo da emigração – face a 2019, mantém o mesmo número de mulheres: 42 deputadas eleitas. Um rácio que resulta agora negativo para as mulheres.

O partido Pessoas-Animais-Natureza perde três lugares face a 2019 e elege uma deputada única: a porta-voz Inês de Sousa Real.

Em noite de derrota história e desaparecimento parlamentar de um dos partidos fundadores da democracia, o CDS, a estrutura liderada por Francisco Rodrigues dos Santos entra apenas nesta legislatura, mas muito à distância e em coligação com o PSD. Esta configuração coloca duas mulheres eleitas em cinco deputados.

[Artigo atualizado às 10.20: 80 para 82 deputadas]