Publicidade Continue a leitura a seguir

Leonor Poeiras acusa ex-psicanalista de assédio e diz ter provas

Fotografia: Instagram Leonor Poeiras

Publicidade Continue a leitura a seguir

A apresentadora junta-se às mulheres que começam a apontar os nomes de quem as assediou sexual e moralmente. Depois de a jornalista Joana Emídio Marques o ter feito há uma semana, acusando ex-diretor editorial da Porto Editora Manuel Alberto Valente de a ter assediado no contexto de um jantar, em 2012 – este nega as acusações e ameaça prosseguir judicialmente – , agora é Leonor Poeiras, de 41 anos, que toma a voz e concretiza o nome agressor: o antigo psicanalista que a acompanhava Frederico Pereira.

Em declarações ao jornal Expresso, o rosto televisivo conta que o caso remonta a setembro de 2012, quando estava a ser acompanhada na sequência de uma depressão. Aproximações indesejadas que terão começado após cerca de duas centenas de sessões terapia e no âmbito de troca de mensagens regulares para apoio em momentos agudos do estado depressivo, mas que escalaram para lá do âmbito médico. “Recorria a ele quando estava num momento muito mau. Era frequente trocarmos SMS ao domingo. Eram sessões muito íntimas: a terapêutica freudiana é muito assente num autoconhecimento que vem da nossa sexualidade. Entreguei-me por completo a esta pessoa. Só numa madrugada, ao fim de 200 sessões, é que eu percebi o que estava a acontecer…”, revelou a apresentadora ao semanário.

Troca de mensagens que Leonor Poeiras terá guardado e que farão agora prova desse mesmo comportamento, ainda que o crime tenha já prescrito.

É bom vincar que o assédio, a importunação sexual é um crime semi-público, o que permite um período de apresentação de queixa de apenas seis meses. Ao Delas.pt, Daniel Cotrim, psicólogo e responsável na Associação de Apoio à Vítima (APAV), explica que se trata de um período de tempo curto que “nem sempre acautela o tempo que as vítimas precisam para se confrontarem com a situação que estão a viver, que não permite muitas vezes escapar às relações de autoridade entre agressor e vítima, o que faz com que muitas não denunciem”.

Leonor não fez queixa naquele período. E as razões são comuns a tantas vítimas, tendo em conta o que acabou de explicar Daniel Cotrim. Conta a apresentadora que não foi capaz de “ser confrontada em tribunal com ele a falar sobre a minha vida íntima, principalmente porque não estava numa fase boa. E o processo ser público”. Porém, revela que, no ano passado, levou o caso à Ordem dos Psicólogos, mas tal não prosseguiu disciplinarmente por ter expirado o prazo para apresentar queixa na tutela profissional e que é de cinco anos.

Sobre o caso em concreto, Leonor Poeiras explica que, numa das mensagens, o psicanalista terá proposto uma visita. “Esta é uma mensagem erótica, erotizante, que me chocou profundamente. O que me enoja nisto tudo é ele acreditar que a sua investida podia ser bem recebida”, explica. O rosto que tem estado afastado das TVs conta ainda que terão sido trocadas, mais à frente, mensagens nas quais o especialista teria pedido desculpa.

O abandono das consultas por parte de Leonor e na sequência deste episódio terá levado a uma avaliação clínica que, revela a apresentadora, a descreviam como “grosseira, vingativa, que mostra um ego ferido”. Ouvido pelo Expresso, Frederico Pereira admite que enviou mensagem à apresentadora, mas reage dizendo não “responder a pessoas perturbadas”.