Aos 76 anos, a consagrada atriz e coprotagonista da série de comédia da Netflix ‘Grace and Frankie’ é uma das mais respeitadas profissionais da sua geração. Mas, na década de 1970, quando lutava para conquistar o seu próprio espaço na televisão, Lily Tomlin sentiu na pele os constrangimentos de ser mulher numa indústria dominada por homens.
Numa mesa redonda promovida pelo ‘The Hollywood Reporter’, rodeada de outras atrizes de comédia como Gina Rodriguez, Allison Janey e Ilana Glazer, Tomlim recordou o sexismo de que foi alvo quando, depois do sucesso da sua participação no programa de humor ‘Rowan and Martin’s Laugh-In’, se lançou num formato a solo.
“‘Antigamente, havia muito poucas mulheres que tinham os tomates que vocês têm. Eu estava no ‘Laugh-In’, que era o programa de maior sucesso das três estações de televisão. O meu passo seguinte era conseguir um especial só meu”, recorda a atriz.
“Fiz o primeiro e tive audiências fabulosas. Eu disse-lhes [CBS] ‘faço mais um mas não quero um co-apresentador’. Eles responderam ‘bem, tens de ter alguém com quem possamos falar!’. Isto era o quão mau era à época”, explica Tomlin, descrevendo ainda uma situação específica, em que foi alvo do paternalismo do seu próprio produtor: “falei com todos os produtores de entretenimento e decidi que o Grant Tinker [que viria a ser CEO da NBC nos anos 80] estaria mais aberto a isso. Preparei o programa, os sketches, e preparava-me para rever um onde eu não entrava. Então, o Grant pegou-me na mão, deu-me uma palmadinha e disse ‘vá, vai para casa, nós tratamos das coisas”.
Lily Tomlin protagoniza, juntamente com Jane Fonda, a série de comédia da Netflix ‘Grace and Frankie’. Com 47 anos de carreira, a atriz já venceu sete prémios Emmy, um Grammy e dos Tony Awards.
