Rui Rio “garantiu-me a paridade” no próximo congresso

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Não é já neste congresso de fevereiro [16 a 18], mas será no próximo que o recém-eleito presidente do PSD, Rui Rio, deverá tratar de alterações estatutárias do partido que poderão inscrever as Mulheres Sociais-Democratas (MSD) em toda a estrutura. A garantia é dada pela responsável do movimento, Lina Lopes, ao Delas.pt, que crê que a matéria, apesar de adiada, será mesmo tratada.

No entanto, a nova organização do partido vai ser conhecida já em fevereiro e espera-se que a presença de mulheres nos órgãos e funções aumente já a partir daí. Em encontro de consagração e de definição de políticas executivas e nomeações, Lina Lopes, responsável pela instalação da plataforma e mandatária para a igualdade na campanha de Rui Rio, diz ao Delas.pt que gostava que o PSD fosse “além da lei da paridade” na hora de escolher os responsáveis para as funções.

O PSD, como se sabe, não tem quotas, mas ele [Rui Rio] garantiu-me a paridade, e eu estarei lá para que isso aconteça. Se não, não me teria escolhido para mandatária para a igualdade”, diz Lina Lopes, que lembra que o novo líder já declarou que “obviamente” vai “colocar mulheres nos órgãos do PSD”.

“O ideal era ir além dos 40% de representação feminina”, diz Lina Lopes

Se a lei geral aponta para uma representatividade de 33% de mulheres face aos homens, Lina Lopes gostava que o sonho de chegar “aos 50%” se cumprisse. Mas, para já, admite que “o ideal era ir além dos 40% de representação feminina”. Ambições numa estrutura partidária que conta com “48% de mulheres militantes”.

Mexidas nos estatutos? Só daqui a cerca de “três meses”

“Rui Rio sempre disse, e nós concordamos, que as alterações estatuárias, uma delas a das MSD, deverão ser discutidas num congresso posterior a este que está a chegar [16, 17 e 18 de fevereiro]”, explica Lina Lopes. A responsável dá como horizonte temporal o mesmo que lhe foi dado pelo novo líder: “Ele falou num novo que poderá ter lugar cerca de três meses depois deste primeiro, que tem caráter eletivo”, afirma.

Rui Rio [Fotografia: Fernando Veludo/Lusa]

“Consideramos que se trata de uma matéria extremamente séria, que é necessária pensar com tempo. Agora, o importante é organizar-nos politicamente”, reafirma Lina Lopes, acreditando que não se trata de um “adiamento” sem prazo. “Rui Rio é um homem de palavra e esse debate – tal como outras alterações estatutárias profundas que estão a ser propostas – vai ter lugar”.

Quem são e o que querem as MSD?

Com uma moção de alteração já proposta e aprovada no congresso social-democrata, que teve lugar em Espinho, em abril de 2016, as Mulheres Sociais-democratas requeriam a integração da plataforma, “em fevereiro de 2018”, na “família social-democrata”. Certo é que esta data, constante no documento de alteração elaborado pela plataforma, em novembro último.

O mesmo documento vem indicar alterações ao longo de todo o estatuto e vem inserir novos pontos. No artigo 13º dos estatutos do partido – agora presidido por Rui Rio – é vincado que “as representantes das MSD nos órgãos do partido não são suscetíveis de apreciação por parte destes órgãos”.

Nesta mesma cláusula, a plataforma apresenta-se com o objetivo de “definir critérios e formas de atuação política que promovam a paridade e a igualdade de oportunidade para todos”, de “promover a participação paritária em todos domínios” e na “atividade do partido”. As MSD zelarão “pelo cumprimento dos princípios programáticos do PPD/PSD na área da promoção da igualdade de oportunidade para todos”. As MSD pedem integração em todas as estruturas nacionais e regionais e a adaptação de todo o documento a uma “linguagem inclusiva”, refere a responsável ao Delas.pt.

Imagem de destaque: DR

As mulheres do PSD querem que o partido conte mais com elas