Linda de Suza morreu. Reveja os primeiros momentos da vida da cantora

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Linda de Suza [Fotografia: Arquivo Global Imagens] © Proibido o uso editorial sem autorizaÁ„o da Global NotÌcias. Esta fotografia n„o pode ser reproduzida por qualquer forma ou quaisquer meios electrÛnicos, mec‚nicos ou outros, incluindo fotocÛpia, gravaÁ„o magnÈtica ou qualquer processo de armazenamento ou sistema de recuperaÁ„o de informaÁ„o, sem prÈvia autorizaÁ„o escrita da Global NotÌcias.

A covid-19 pôs um travão a fundo no seu mais recente projeto, a digressão Postais de Portugal, cujo trabalho foi lançado em 2020. Linda de Suza morreu esta quarta-feira, 28 de dezembro, deixando um longo percurso e uma carreira feita de êxitos, mas também marcada por dificuldades, de uma emigrante portuguesa em França.

Linda de Suza é o nome artístico de Teolinda Joaquina de Sousa, nascida há 74 anos em Beringel, no concelho de Beja, que emigrou em 1970 para França, onde fez carreira na área da música.

Familiares e vizinhos de Linda de Suza na Amadora [Fotografia: Arquivo Global Imagens]
Vitória de Sousa mãe da cantora Linda de Suza com um retrato da filha nas mãos [Fotografia: Arquivo Global Imagens]
Linda de Sousa ou Suza (cantora) durante uma atuação de braços no ar.[Fotografia: Arquivo Global Imagens]

 

Linda de Sousa ou Suza [Fotografia: Arquivo Global Imagens]
Nelson Rosa e LInda de Suza [Fotografia: Arquivo Global Imagens]

Linda de Suza estreou-se como cantora no restaurante Chez Loisette, em Saint-Ouen, a cerca de 6,5 quilómetros a norte de Paris, onde foi descoberta pelo compositor André Pascal (1932-2001) que a apresentou, posteriormente, ao compositor Alex Alstone (1903-1982).

A etapa seguinte foi a apresentação da cantora na televisão, no programa Rendez-Vous du Dimanche, de Michel Drucker, onde interpretou a canção Un Portugais (Vine Buggy/Alex Alstone), cujas vendas do ‘single’ atingiram o Disco de Platina em França em 1979.

 

A cantora assinara, entretanto, contrato com a discográfica Carrere, depois de recusada pela Barclay, e estava lançado o mote da sua carreira com Um Português (Mala de Cartão), na qual cantou os lamentos da saudade de quem deixou o país, seguindo-se o ‘single’ “Uma moça chorava”.

Linda de Suza tornou-se a cantora da comunidade emigrante portuguesa, cantando as suas dificuldades e saudades do país distante, em temas como J’ai deux pays pour un seus coeur ou La Symphonie du Portugal. No seu repertório incluiu temas do cancioneiro popular, nomeadamente Lírio Roxo e Malhão, Malhão, e gravou Coimbra/Avril au Portugal.

A cantora atuou em Portugal, em 1979, e continuou a bater recordes de vendas na década de 1980, publicando o álbum Amália/Lisboa e ‘singles’ como Canta Português, L’Etrangère ou Comme Vous. Em 1984 foi considerada a canora mais popular de França

Na década de 1990, Linda de Suza deu ainda voz a sucessos como Simplement vivre, Tu seras mon père, Pars sans un adieu e Tiroli, Tirola.

Do seu repertório fazem parte Holà! La Vie, de sua autoria com música de Jean Schmitt, La Tristesse ne fait de bien à personne“, de sua autoria com música de Vine Buggy, Rien n’arrête le bonheur, Mulher, ó Mulher, No olhar do homem que nos ama, Les oeillets rouges, C’est toi que j’attendais, Orfeu Negro, Maria Dolores, Canta Shimilimila ou Nasci para cantar.

A cantora passou por vários contratempos pessoais, que tiveram eco na imprensa: em 2010, tornou públicas as suas dificuldades financeiras e acusou o companheiro de lhe roubar a identidade; na época, afirmou que vivia com cerca de 400 euros mensais, todavia, Linda de Suza voltou aos palcos e, entre 2014 e 2017, realizou várias digressões.

Com Lusa