
O bairro da Graça, em Lisboa, recebe esta sexta e no sábado, 6 e 7 de outubro, a segunda edição do Festival LisBoa Idade.
O evento, que em 2016 se realizou na freguesia da Estrela, junta uma série de atividades para todas as idades, com o enfoque na temática envelhecimento ativo.
A iniciativa assinala o Dia Internacional do Idoso, celebrado a 01 de outubro, mas é dirigida a todas as gerações, no pressuposto de uma cidade com direitos para todas as idades.
Espetáculo, exposições, oficinas, tertúlias, fóruns, jogos tradicionais e atividade física fazem a da programação que se estende por locais como o coreto, o quartel dos bombeiros sapadores,o Jardim Augusto Gil, o Jardim da Cerca, a igreja da Graça, o claustro do Convento e a escola Gil Vicente.
As atividades começam esta sexta-feira, pelas 14h30, com o workshop ‘Velhas Bonitonas – Como Ser Uma Delas’, promovido pela Associação Cabelos Brancos e Maria Seruya, na escola Gil Vicente. Haverá também um debate sobre a Alzheimer e outras doenças, pelas 16h30, e um concerto, às 19h, com Mário Laginha e Pedro Burmester no claustro do Convento da Graça.
No sábado, as atividades prosseguem com música em vários espaços do bairro, artes marciais e debates que ligam a questão a temáticas como a saúde e a segurança, entre outras iniciativas.
O Festival LisBoa Idade é organizado pela Câmara Municipal e tem como porta-voz e embaixadora Cláudia Semedo, o ‘chef’ Hélio Loureiro como parceiro do festival e Júlio Isidro como anfitrião.
A atriz e apresentadora associa-se pela, primeira vez, à iniciativa e como futura mãe mostra-se otimista quanto à capacidade da cidade para as famílias que nela habitam. “Eu gosto deste rumo que Lisboa está a tomar. Esta ideia de termos cada vez mais passeios para podermos experienciar e viver a cidade, o aumento da rede de transportes que eu sinto que está cada vez mais capaz de dar resposta às nossas necessidades”, afirmou ao Delas.pt, à margem da conferência de imprensa de apresentação do festival, na passada, terça-feira.
Cláudia Semedo reconhece que muitas vezes a cidade acaba por ser apenas o sítio que se habita e onde se trabalha e de onde depois “fugimos para ir passear”.

Sobre os constrangimentos apontados para uma vivência com qualidade de Lisboa, sobretudo pelos mais velhos, como os transportes e a habitação, a artista mostra-se confiante no rumo traçado para que sejam resolvidos e dá alguns exemplos relacionados com a sua própria experiência na cidade.
“Eu vivo na freguesia de Campolide e estou muito satisfeita, porque há cada vez mais largos onde há coisas a acontecer, os parques infantis estão cada vez mais cuidados. Lisboa está mais amiga das famílias e de quem tem dificuldades”.
Ligada à área da cultura nota que na sua zona de residência há um cuidado de não marginalizar a população mais carenciada e promover também o seu acesso a atividades culturais. “Quem queira ir ver uma peça ao Teatro a Aberto tem bilhetes na junta de freguesia a um preço completamente simbólico e acho que isso são ajudas fundamentais para equilibrar estes desequilíbrios sociais que ainda vivemos do que seriam desejáveis”, conclui.
A primeira edição do Festival Idade que decorreu no Jardim da Estrela, contou com cerca de quatro mil participantes, o vereador do pelouro dos Direitos Sociais, João Afonso, espera que esta edição tenha mais pessoas, mas frisa que o mais importante é que possam passar a mensagem “a outras que não estiveram lá”.
Sobre as políticas municipais dirigidas aos idosos, naquela que é a capital europeia mais envelhecida da União Europeia e onde dois terços dessa população são mulheres, João Afonso refere a necessidade de “pensar o envelhecimento de forma organizada” estando a ser preparada pela autarquia uma estratégia para a população idosa para ser aplicada entre a 2018 e 2026.
Entre as medidas já implementadas o vereador destaca, na área dos transportes, as carreiras de bairro, que deverão chegar a outras freguesias, e salienta a abertura, no início de próximo ano, do balcão do idoso na Loja do Cidadão do Mercado 31 de Janeiro, na zona do Saldanha, passando-o, posterior e gradualmente para as juntas de freguesia.
A Câmara está ainda a desenvolver um projeto de teleassistência para toda a cidade, um serviço universal e gratuito, que o município espera ter operacional no “final de 2018, início de 2019”, devendo abranger 20 mil pessoas numa primeira fase.