Livros reúnem portuguesas rebeldes para inspirar os mais novos

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O que fazem a fadista Amália Rodrigues, a médica Beatriz Ângelo, a padeira de Aljubarrota, a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen ou a rainha D. Maria II juntas? Vindas de épocas tão distintas, estas cinco mulheres são apenas algumas das portuguesas tão rebeldes quanto extraordinárias que marcaram a história do país e que vão ser recordadas em dois livros ilustrados para os mais novos, a editar nas próximas semanas.

Um dos livros chama-se Portuguesas Extraordinárias, com textos de Maria do Rosário Pedreira, ilustrações de Elsa Martins e selo da Booksmile. Em cada dupla página, as autoras explicam resumidamente a vida das mulheres retratadas, com dados biográficos, enquadramento histórico e curiosidades.

Capa do livro [Fotografia: DR]
Na introdução, Maria do Rosário Pedreira faz questão de dizer que escreveu este livro para rapazes e raparigas – “o que importa é que gostes de ler e de aprender coisas sobre o teu país” – e escolheu mulheres portuguesas de várias épocas e “com vidas e ocupações diferentes – rainhas, padeiras, escritoras, atrizes, políticas, aviadoras, desportistas”.

“Fosse na Monarquia ou na República, nas artes, na ciência, na guerra, na política ou no simples dia a dia lá em casa, muitas portuguesas encheram-se de coragem, bateram o pé, revoltaram-se e conseguiram, afinal, um mundo muito mais equilibrado, embora ainda não perfeito“, lê-se nas primeiras páginas.

Escritora, tradutora e editora, Maria do Rosário Pedreira tem trabalho publicado em prosa, poesia, crónica e ensaio. Na área da literatura infanto-juvenil, é autora, entre outros, de “A ilha do paraíso” e da série “O clube das chaves”, coescrita com Maria Teresa Maia González.

Sobre a mesma temática sairá, a 2 de outubro, pela Nuvem de Tinta, o livro Portuguesas com M Grande, de Lúcia Vicente, ilustrado por Cátia Vidinhas. Algumas daquelas “portuguesas extraordinárias” surgem também retratadas neste livro, como a fadista Amália Rodrigues, a sufragista Beatriz Ângelo, a heroína Brites de Almeida e a pintora Vieira da Silva.

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No total, o livro descreve a vida de 42 mulheres “lutadoras, corajosas, independentes e livres”, “rebeldes que fizeram história e mudaram o mundo em português“, como refere a editora em nota de imprensa. Entre as retratadas estão mulheres como a pintora Paula Rego, a atriz de comédia Beatriz Costa, a rainha D. Maria II e a atleta Rosa Mota.

Capa do livro [Fotografia: DR]
Lúcia Vicente é cofundadora do coletivo feminista Mulheres Unidas Pela Igualdade (MUPI) e investigadora sobre História das Mulheres.

Na chancela Nuvem de Tinta, do grupo Penguin Random House, Portuguesas com M Grande junta-se a um catálogo que conta com os dois volumes de Histórias de adormecer para raparigas rebeldes, das autoras italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo e, de temática semelhante, mas com personalidades estrangeiras, como Marie Curie e Frida Khalo.

Esta editora prepara-se também para publicar os dois primeiros volumes, dedicados a Anne Frank e Amelia Earhart, escritos por Isabel Sanchez Vergara, da nova coleção Meninas pequenas, grandes sonhos, iniciada internacionalmente em 2015.

Em Portugal, nos últimos anos têm sido editados alguns livros informativos biográficos para crianças e jovens que dão especial importância às mulheres, como a coleção Antiprincesas, dos argentinos Nadia Fink e Pitu Saá (Tinta da China), e o livro “As cientistas”, de Rachel Ignotofsky (Bertrand Editora).

A eles juntam-se ainda, entre outros, Princesas de Portugal, Rainhas da Europa, de Luís Almeida Martins, e Ana de Castro Osório, de Carla Maia de Almeida, ambos ilustrados por Marta Monteiro e editados pela Imprensa Nacional da Casa da Moeda com a Pato Lógico.

CB com Lusa

Imagem de destaque: DR