Lojistas contam experiências mais caricatas em tempo de Covid-19

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As lojas e os centros comerciais já abriram, com os devidos cuidados e regras, mas ainda existem muitas pessoas que têm receio de sair à rua. O Delas.pt falou com várias lojistas de vários pontos do país e há uma opinião que parece comum: a maioria das pessoas age como se não vivêssemos numa pandemia.

Em tempo de plena pandemia causada pela Covid-19, o Delas.pt foi às compras e decidiu averiguar o que está a correr bem e o que poderá ser melhorado em várias lojas e centros comerciais. Nas lojas de moda, por exemplo, o elo frágil da cadeia são mesmo os provadores, sendo que muitas deles carecem de desinfeção. Já nas lojas de beleza, a testagem de produtos é limitada e vigiada. Mas, e para quem é lojista, como é que recebe esta nova realidade?

A maioria das lojistas entrevistadas afirma desde logo que ainda existem muitas pessoas “sem noção do que se está a passar”, sendo que adotam, inclusive, vários comportamentos de risco. Ainda que exista um esforço por parte dos trabalhadores para manter o máximo de segurança e confiança possível nas suas lojas, terá também de partir das pessoas adotarem comportamentos responsáveis e não de risco.

Veja abaixo algumas histórias caricatas que as lojistas portuguesas partilharam com o Delas.pt e evite este tipo de comportamento:

“As pessoas não têm civismo nenhum. Continuam a querer passar à frente nas filas, não respeitando limites de distanciamento ou higiene. Muitas das vezes passam à frente nas filas para entrar nas lojas à socapa, mesmo quando avisamos que estamos no limite de pessoas permitido”.

“As pessoas vão aos provadores, tiram as máscaras e esquecem-se delas lá. Quando perguntamos pelas mesmas, voltam aos provadores, apanham a máscara do chão e voltam a colocá-la na cara”.

“Nós temos um carrinho à porta dos provadores para que as roupas que foram usadas e experimentadas sejam higienizadas antes de voltarem à loja. As pessoas às vezes vão a esse carrinho, com roupa já usada e não desinfetada, e vão experimentá-la. E, muitas vezes, essas são as mesmas pessoas que chegam à caixa e perguntam se as roupas estão desinfetadas ou não”.

“A moda das máscaras por baixo do nariz está cada vez mais a pegar e nós temos de andar atrás das pessoas a pedir-lhes para que as coloquem corretamente”.

“No outro dia, um senhor entrou na nossa loja e de repente puxou a máscara para espirrar. Como é óbvio, espirrou para cima da roupa e depois voltou a colocar a máscara como se nada fosse”.

“Há muitas pessoas e amigas que vão aos provadores experimentar, por exemplo, biquínis e depois trocam entre elas as peças”.

“No outro dia uma senhora tinha um molhe de notas na mão. Não faz mais nada que não puxar a máscara para o queixo, passar o dedo na boca e contar as notas com o dedo molhado”.

“Os provadores das nossas lojas estão fechados e as pessoas não podem, assim sendo, experimentar nenhuma peça. Então uma senhora decide, no meio da loja, pegar numa toalha de praia, embrulhar-se e experimentar um biquíni no meio da loja“.

“Na nossa loja temos de contar, à porta, o número de pessoas que entra. Naquele momento, o álcool em gel tinha acabado do dispensador automático e eu estava à espera que alguém viesse recarregar o mesmo. Então, estava eu a distribuir álcool, no boião, às pessoas. Uma senhora recusou-se a colocar álcool, sendo que cada vez que eu chegava com o mesmo junto das mãos dela, ela afastava as mãos e o álcool caia no chão. Fez este gesto umas duas ou três vezes até que eu lhe disse que se ela não colocasse o álcool nas mãos não poderia entrar, porque eram as regras das lojas. Isto tudo porque a senhora dizia que não gostava da sensação do álcool nas mãos”

“Na nossa loja nós pedimos às pessoas, quando entram nos provadores, para que de seguida nos entreguem as peças que não querem penduradas no cabide, para que exista o menor contacto possível com as peças, de forma a nos protegermos a nós e às restante pessoas. Houve uma senhora que fez um escândalo a perguntar porque tinha de colocar as roupas num cabide se essa não era a sua função”.