Lucília Gago: Discreta, antimediática e tudo o que tem de saber sobre a nova Procuradora

Lucília Maria das Neves Franco Morgadinho Gago é a mulher do momento! Nasceu em Lisboa, acabou de completar, há menos de um mês, 62 anos, e, a 12 de outubro, sucede a Joana Marques Vidal à frente da Procuradoria-Geral da República.

Para trás, a nova ‘eleita’ tem todo um percurso feito na área do Direito da Família, tendo também exercido funções numa secção especializada que se debruçava sobre os crimes cometidos no exercício de funções públicas ou políticas, e não só.

A opção proposta pelo Governo e nomeada por Marcelo Rebelo de Sousa para este cargo volta a recair sobre uma mulher, numa altura em que correm processos e megainvestigações que atingem altas figuras do país: políticos, banqueiros e, entre outros, líderes desportivos.

A escolha para o lugar de Joana Marques Vidal, a mulher cuja sucessão tem feito parar a política e justiça do país nos últimos nove meses e com particular incidência neste verão, ficou concluída na noite de quinta-feira, 20 de setembro, com a nomeação do Presidente da República.

Sucessão e escolha “discreta”

A futura Procuradora Geral da República tinha sido nomeada por Marques Vidal, em 2016, para dirigir o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), de Lisboa, e onde tem estado nos últimos dois anos.

Conhecida por ser avessa a mediatismos, tem desenvolvido todo o seu trabalho com bastante discrição. Restam alguns momentos que escapam a esta regra e que pode ver na galeria acima. E diz quem a conhece, segundo o jornal i, que “não é conflituosa, mas não é pessoa de ceder”.

Segundo a biografia anexada ao pedido de apreciação feito ao Presidente da República pelo primeiro-ministro, Lucília Gago é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1978, e ingressou dois anos depois no Centro de Estudos Judiciários.

Em 1981, a magistrada foi delegada do procurador da República e foi promovida a procuradora da República em 1994, com funções, nomeadamente, no DIAP de Lisboa e no Tribunal de Família e Menores de Lisboa.

À frente da secção de corrupção, branqueamento e criminalidade

No DIAP, esta magistrada – casada com Carlos Gago [elemento da direção da Polícia Judiciária na época de Fernando Negrão e Luís Bonina] – desemprenhou funções numa secção especializada em crimes cometidos no exercício de funções públicas ou políticas, corrupção, branqueamento de capitais e criminalidade económico-financeira.

Entre 2002 e 2005 foi procuradora coordenadora dos magistrados do Ministério Público do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, e em 2005 foi promovida a procuradora-geral adjunta, exercendo funções até 2012 na procuradoria-geral distrital de Lisboa.

No mesmo período foi também coordenadora distrital dos magistrados do Ministério Público que no âmbito da jurisdição de família e menores exerciam funções na primeira instância. Na área também de família e menores foi docente e coordenadora no Centro de Estudos Judiciários, entre 2012 e 2016, e em 2016 e 2017 foi diretora do DIAP de Lisboa.

Desde 2017 exerce funções na Procuradoria-Geral da República, onde criou e desenvolveu um gabinete na área da família e da criança e do jovem. Desde 2009, representando a Procuradoria, integra a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. Entre 2014 e 2015 Lucília Gago coordenou a comissão legislativa de revisão do regime jurídico do processo de adoção.

CB com Lusa

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