
Diz que o gesto foi de carinho e não um ato consensual. O beijo polémico aquando da celebração da vitória da seleção espanhola de futebol no Mundial Feminino foi, para o acusado ex-presidente da Real Federação Espanhola, Luís Rubiales, consensual. O responsável disse aos juízes que pediu autorização e que a atleta acedeu.
O antigo dirigente desportivo esteve esta manhã de terça-feira, 11 de fevereiro, em tribunal para responder por agressão sexual após o beijo à jogadora Jenni Hermoso e por coação, tendo alegadamente forçado a atleta a retirar o que disse. Mediante estas acusações, Rubiales nega tudo.
Versão contrária tem a própria jogadora e o Ministério Público (MP). A primeira foi já ouvida em tribunal e, a 5 de fevereiro, reiterou que o beijo não foi consentido e que o considerou “sexista” e “uma agressão”. A atleta afirmou mesmo: “Sabia que estava a ser beijada pelo meu chefe, e isso não pode acontecer.” Jenni Hermoso reiterou que se sentiu “desrespeitada”. “Foi um momento que manchou um dos dias mais felizes da minha vida e, para mim, é importante dizer que em nenhum momento procurei este ato, muito menos o esperava. Fui desrespeitada”, reafirmou diante da Justiça.
Quanto oo MP, este pede pena de dois anos e meio de prisão para Rubiales. Sob julgamento estão ainda três ex-dirigentes da seleção que enfrentam a acusação de coação sobre a futebolista, levando-a a desdizer publicamente que o beijo afinal era consensual, o que Jenni Hermoso nunca fez.