Luísa Salgueiro. Tudo sobre a primeira mulher presidente dos Municípios e as duas batalhas que quer travar

Luísa Salgueiro
[Fotografia: Leonel de Castro/ Global Imagem]

A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, a socialista Luísa Salgueiro, eleita este sábado, 11 de dezembro, como líder da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), é a primeira mulher a assumir este cargo. Luísa Salgueiro substitui na presidência da ANMP Manuel Machado, que ocupava este cargo desde 2013 eleito pelo PS e que, nas últimas eleições autárquicas, perdeu a Câmara Municipal de Coimbra para uma coligação liderada pelo PSD. Nascida a 2 de janeiro de 1968 em São Mamede de Infesta, em Matosinhos, Luísa Salgueiro é casada e tem uma filha. A viver na Maia, concelho vizinho de Matosinhos, a autarca, amante de música, é colunista em órgãos de comunicação social nacionais e locais.

Licenciada em Direito e com uma pós-graduação em Direito do Ambiente, a autarca socialista assume a presidência da Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, a 21 de outubro de 2017, sucedendo a Eduardo Pinheiro, atual secretário de Estado da Mobilidade. Além de presidir à autarquia, Luísa Salgueiro é ainda presidente dos conselhos de administração das empresas municipais Matosinhos Sport (desporto) e MatosinhosHabit (parque habitacional) desde 27 de outubro de 2017.

A estas funções acumula ainda as de presidente da Assembleia-Geral da Metro do Porto, desde 17 de junho de 2019, e vice-presidente da Junta de Governo da Associação para a Colaboração de Portos e Cidades Portuárias e da RETE — Associação de Portos e Cidades Portuárias, desde 15 e 25 de outubro de 2020, respetivamente.

Antes de assumir os destinos de Matosinhos, em 2017, Luísa Salgueiro integrou o executivo municipal entre 1997 e 2009, mas como vereadora dos pelouros da ação social, habitação, saúde e juventude.

Em novembro de 2010 foi eleita vice-presidente da Comissão de Energia e Segurança Ambiental da NATO, uma das cinco comissões parlamentares da organização atlântica vocacionada para as questões do bioterrorismo e das energias alternativas. Durante oito anos, entre 1991 e 1999, a socialista exerceu advocacia, tendo sido consultora jurídica da DECO (Associação de Defesa do Consumidor) e da Câmara Municipal do Porto, cargo que desempenha desde 1997.

Durante oito anos, entre 1991 e 1999, a socialista exerceu advocacia, tendo sido consultora jurídica da DECO (Associação de Defesa do Consumidor) e da Câmara Municipal do Porto, cargo que desempenha desde 1997.

Sobressai no seu currículo o facto de ter sido, entre 2005 e 2017, deputada da Assembleia da República, eleita pelo círculo eleitoral do Porto, integrando as comissões parlamentares da Saúde e do Trabalho e Segurança Social. Mas foi na área da saúde que Luísa Salgueiro incidiu grande parte do seu trabalho no parlamento, tendo sido signatária de duas propostas de resolução de recomendação ao Governo do reforço das medidas de combate à diabetes e de eliminação das hepatites virais.

Entre outros cargos, Luísa Salgueiro foi Conselheira de justiça da Associação de Futebol do Porto, diretora do Centro de Novas Oportunidades de Matosinhos, presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Matosinhos e administradora da Agência para o Desenvolvimento Metropolitano PRIMUS.

As duas batalhas de Luisa Salgueiro

Em dia de eleição, a autarca assumiu que o mandato será “extraordinariamente desafiante” devido à pandemia de covid-19, descentralização e regionalização, assumindo dar a este último “grande atenção”. “Enquanto nova presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses tudo farei para que o processo da regionalização possa avançar e para que os portugueses e as portuguesas percebam que isso vai ser melhor para todos”, afirmou aos jornalistas a socialista durante o XXV Congresso da ANMP, em Aveiro.

“Sou uma regionalista convicta e seria, para além de muitos outros objetivos, muito bom que pudéssemos neste mandato avançar com o processo de regionalização”, disse.

Considerando que as questões financeiras não são decisivas para se avançar na regionalização, a também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos entendeu ser importante trabalhar junto das pessoas para entenderem que o objetivo de se criar esta nova organização territorial do país é dar-lhes, com os mesmos recursos, mais respostas.

Com Lusa