O caminho para chegar ao Cais Novo do Porto faz-se por pedras irregulares e uma rua estreita e inclinada. Um percurso pouco próprio para saltos, mas que vale a pena percorrer já que é a boca de cena para um salão de janelas enormes viradas para o rio e com um teto repleto de arcadas de pedra.
O cenário perfeito para qualquer coleção, mas que só foi palco da coleção de primavera-verão de Luís Buchinho. O desfile abriu com um vestido justo e sexy, composto por vários painéis atados entre si com atilhos. Um coordenado que revelou a dicotomia da coleção, com a sensualidade e o estilo desportivo de braço dado num único look. Este equilíbrio interessante manteve-se em toda a coleção, e prova disso foram os atilhos, que apesar de inspirados pelos atacadores dos sapatos de desporto, têm uma enorme carga sexual.
O ponto de partida da coleção “foi muito natural, na verdade não me preocupei em encontrar um tema para esta coleção. Sabia que queria seguir um tendência extremamente sportswear, com um vestuário casual e fácil de vestir, e que queria andar à volta do tema geométrico dos círculos,” revelou-nos Luís Buchinho nos bastidores.
Este elemento gráfico apareceu não só nos estampados desenhados pelo criador português, mas também nos recortes de algumas peças. A coleção manteve-se fiel ao estilo de Luís Buchinho, tendo as peças a assinatura do designer tão bem definida que nem é preciso etiqueta para sabermos que as criou. Não faltaram os plissados, as assimetrias e a mistura de materiais, característicos do trabalho do designer. Das cores destacaram-se os rosas e os vermelhos, que muitas vezes se combinaram entre si, bem como o cinza e o azul.
