As instalações, a frota e os equipamentos da antiga Triumph, que está insolvente, vão ser leiloadas a 3 de maio, com um preço base de 5,7 milhões, segundo adianta a leiloeira responsável pela venda.
A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço. Contudo, em 24 de janeiro deste ano a fábrica de Loures, que produzia roupa interior, foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.
Uma situação que levou os trabalhadores a instalarem-se na rua, à porta da unidade fabril para garantir que os bens não desapareciam e que seriam usados para pagar salários e subsídios em atraso, bem como indemnizações. Uma luta empreendida sobretudo por mulheres e que acabou bem sucedida. Recorde os testemunhos de algumas trabalhadoras ao Delas.pt e que não arredaram pé desta batalha, desta vigília que durou 20 dias.
A 3 de maio, a unidade fabril, assim como o recheio e a frota, vão a leilão público, sendo o valor base de licitação de 5,7 milhões de euros, segundo refere o catálogo da leiloeira LC Premium, responsável por esta venda. No documento, publicado na página da internet, a leiloeira explica que a ideia é vender os bens no conjunto, mas que, caso isso não seja possível, a venda será feita separando o imóvel dos bens móveis, que serão vendidos lote a lote.
Fábrica da Triumph: uma história longa e longe de um final feliz
O processo de venda da Triumph à TGI, que decorreu durante um ano, chegou a ser muito contestado pelos trabalhadores e pela Câmara Municipal de Loures, que temiam que a fábrica encerrasse definitivamente. Depois de concluída a venda, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, deslocou-se em janeiro de 2017 à fábrica e congratulou-se por esta continuar a laborar em Portugal e manter os postos de trabalho.
No entanto, em novembro desse ano, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas.
Em 5 de janeiro deste ano, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha dado início a um processo de insolvência, as trabalhadoras iniciaram uma vigília à porta da fábrica, tendo durante esse período vários deputados, autarcas e sindicalistas se deslocado ali para levar mantimentos e demonstrar a sua solidariedade.
Em 16 de fevereiro, as trabalhadoras da antiga Triumph começaram a receber o subsídio de desemprego, num processo que decorreu de forma mais “célere” depois de várias negociações entre o sindicato e o Governo.
CB com Lusa
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