
Acordar de manhã para ir para a escola é, para muitos pais, um verdadeiro desafio e, no limite, uma dor de cabeça permanente. E lá porque a escola já começou há bem mais de um mês, tal não é garantia de que o atrito matinal entre pais e filhos tenha diminuído por via do hábito. Pode bem acontecer o contrário.
Sendo este ou não o momento mais conflituoso do dia, Míriam Tirado, consultora em parentalidade consciente, escreveu o livro Birras [editora Arena] onde procura analisar os momentos de maior impacto e dar estratégias de gestão a pais e educadores para diminuir o impacto.
Veja abaixo algumas dicas da autora para vencer as manhãs difíceis:
Tomar consciência do seu nível de stress. Como, diz a autora, ‘o “stress contagia”, pelo que deve evitar transportá-lo para os mais novos de modo a que fiquem assustados
Antecipar. Quanto melhor preparar as tarefas de véspera, mais tempo existirá para os mais pequenos assim que acordem.
Brincar. “Temos de lhe falar na sua linguagem, que é a da brincadeira. Mas para brincar não podemos estar stressados, nem zangados”, refere a autora.
Respirar. O autocuidado também tem de ser levado em linha de conta. Levantar uns minutos mais cedo para ter um momento de silêncio simplesmente a respirar fundo”, recomenda a consultora aos pais.
Ser amável… com as crianças e consigo própria. “Não os martirize e não se martirize”, pede.
Estabelecer prioridades. “Talvez não seja necessário fazer tudo o que costuma fazer de manhã quando está com os seus filhos, algumas coisas podem esperar de modo a ter um pouco menos de pressão e um pouco mais de calma”, refere Míriam Tirado.
Cantar. A autora lembra que “a música ajuda quando se tem de fazer coisas que talvez não sejam assim tão divertidas” e, tal como o stress, a promoção da alegria também contagia.
Repetir menos. As frases repetidas como ‘despacha-te’ são motores de maior stress. Por vezes, menos é mais e é possível estabelecer uma melhor ligação.
Acordar mais cedo. Se necessário, então Míriam Tirado coloca esta possibilidade – mesmo sabendo que se pretende que as crianças durmam bem –, mas apenas para conseguir uma “manhã mais calma”.
Explicar. Dar as razões da urgência e procurar soluções em conjunto – consoante a idade das crianças – são dois mecanismos deixados nesta obra.
Colocar-se no lugar dos mais pequenos. “Para as crianças, sair a horas não é importante (vivem no presente e, felizmente, ainda não são escravas do relógio”, contextualiza a autora. Por isso, fala na vantagem de as compreender e de as acompanhar.
Privilégio. “Estamos juntos aqui e agora, saboreemos as manhãs e vivamos cada uma como se fosse a última”, conclui a autora.