
A podcaster e influenciadora Rita Ferro Alvim não quer colar, para já, à pele da filha, Madalena Alvim, o título de atriz, mas a verdade é que a ‘sua’ mais nova venceu o casting e estreia-se esta noite de segunda-feira, 10 de março, numa série de terror produzida pela RTP1. Em Finisterra, Madalena está entre as mais novas do elenco e conviveu com cenas de uma história que invoca um capítulo negro de Portugal, As Bruxas de Aljezur, e, mais tarde, momentos e episódios inesperados da Segunda Guerra Mundial e para um país alegadamente neutral no contexto do conflito.
“É inacreditável, esteve entre efeitos especiais de bombas e ela nunca teve medo, nunca teve um pesadelo, percebeu que é tudo cenário”, retrata Rita Ferro Alvim em conversa com a Delas.pt. “Ela agora diz que pode ver todos os filmes de terror porque é tudo a fingir, talvez lhe tenha tirado a magia do cinema, mas adorou ver tudo aquilo sem nunca ter medo”.
A mãe revela que as gravações de cerca de dois meses implicaram a deslocação dela e da filha por três semanas para o Algarve. “Tivemos sorte porque estas semanas mais intensas coincidiram com as férias da Páscoa”, conta, elogiando o apoio que sentiu da professora de Madalena Alvim. “Quando são crianças com projetos que as obriguem a faltar à escola, é tudo coordenado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), há um controlo gigante sobre estas crianças com trabalhos criativos”, descreve Rita Ferra Alvim.
Para poder integrar o elenco e fazer o projeto, a podcaster explica que o processo “mete centro de saúde, relatório de avaliação psicológica e física do médico de família, uma grande papelada e burocracias para uma criança poder fazer isto como deve ser”.
“Uma Dona Dolores a ver o filho jogar é mais aceite pela sociedade
do que uma mãe que acompanhe um filho na representação”
Uma realidade que fez mergulhar Rita Ferro Alvim para o mundo das chamadas “mães-agentes” e onde viu “preconceito”. E desabafa: “Uma Dona Dolores a ver o filho jogar é muito mais aceite pela sociedade do que uma outra mãe que acompanhe uma criança na representação.”
“Há imensas histórias de crianças-talento e que vem dizer que mais tarde os meus pais ficaram com isto ou com aquilo”, revela. Por isso, decidiu delegar o caso numa agência. “Não quero, de todo esse papel, por ela e até porque tenho uma imagem pública e quero que as coisas fiquem bem resolvidas e quero que a minha filha tenha um carreira sem confusões”. Uma decisão, revela agora à Delas.pt, que fez com que Rita pudesse ser apenas mãe de uma jovem atriz a dar os primeiros passos, mas que há muito evidenciava vontade de entrar neste mundo da representação.
A série de seis episódios Finisterra centra a história em 1943, no Barlavento algarvio, num país aparentemente neutral face à guerra, mas que, a sul, vê “ataques aéreos alemães a navios aliados junto à costa que espalham medo entre a população, ainda marcada por um passado de bruxaria”, refere a sinopse da trama que conta com atores como Leonor Vasconcelos, Miguel Guilherme, Rui Pedro Silva e Gonçalo Waddington nos principais papéis.
Nesta história, que pode ser vista RTP1 e na RTP Play, Celeste, “uma jovem órfã de uma família herege, é acusada de ser a herdeira desse mal que causou tantas tragédias passadas”. Finisterra apresenta-se como uma série de “mistério, superstição e resistência à opressão, que questiona a própria natureza maleável da verdade”.