“Madre Teresa” do Paquistão morre aos 87 anos

German-born nun Ruth Pfau attends a press conference at Marie Adelaide Leprosy Centre in Karachi
Ruth Pfau [REUTERS/Akhtar Soomro]

Ruth Pfau, uma religiosa alemã com formação em Medicina que dedicou a vida a combater a lepra no Paquistão, morreu na quarta-feira, 9 de agosto, aos 87 anos, indicou hoje fonte médica.

Conhecida apenas pelo nome de Madre Teresa do Paquistão, Ruth Pfau chegou em 1960 a Carachi, no sul do território, e passou quase 50 anos a cuidar das pessoas mais doentes e mais pobres do país.

Foi fundadora da leprosaria Maria Adelaide, em Carachi, onde esteve internada nas duas últimas semanas, desde que adoeceu, e onde morreu na quarta-feira à noite, precisou o responsável desse centro médico, Mervyn Lobo. A religiosa terá honras de exéquias nacionais.

Ruth Pfau [REUTERS/Akhtar Soomro]

“Ela realmente nasceu na Alemanha, mas o seu coração sempre esteve no Paquistão”, declarou o primeiro-ministro paquistanês, Shahid Khagan Abbasi, expressando tristeza.

Em colaboração com o Governo, Ruth Pfau contribuiu para a abertura de centros para leprosos em quase 150 cidades de todo o Paquistão, formando os médicos, tomando a seu cargo milhares de vítimas e ajudando à elaboração de um programa nacional para controlar a epidemia, o que lhe valeu altas distinções paquistanesas.

A cidadã alemã decidiu dedicar-se à ajuda humanitária, como médica, após os horrores da Segunda Guerra Mundial no seu país, tendo-se então juntado às Filhas do Coração de Maria, uma ordem fundada durante a Revolução Francesa.

Chegou ao Paquistão por acaso: a caminho da Índia. Foram as complicações com o visto que a obrigaram a fazer escala em Carachi, onde visitou doentes com lepra.

“Uma das mais importantes vontades no espírito da Dra. Pfau era que as [diversas] religiões trabalhassem em conjunto. Ela pensava que a maior religião era a humanidade“, disse a médica Claudia Vilani, também estrangeira, colega de Ruth Pfau.

A Madre Teresa do Paquistão foi também saudada pelo seu trabalho junto das vítimas das devastadoras cheias de 2010, que deixaram milhões de pessoas sem abrigo em todo o país.

Imagem de destaque: Akhtar Soomro/Reuters