“Sou apenas uma mãe católica com quatro filhos e um problema que apenas as raparigas conseguem resolver: as leggings“. Assim começa a carta aberta de Maryann White, enviada para o jornal The Observer da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. “Pensei em escrever esta carta desde há muito tempo. Esperei, com esperança que o mundo da moda mudasse e que não fosse necessário escrever esta mensagem, mas não parece que vá acontecer tão cedo”, refere a mãe no primeiro dos sete parágrafos em que critica o uso das leggings, apelando às estudantes da universidade para serem as primeiras a banir esta peça de roupa.
Na sua mensagem, Maryann White descreve um episódio durante uma missa da Universidade de Notre Dame, em que se fez acompanhar pelos filhos, não conseguindo deixar de reparar nas justas peças de roupa das jovens mulheres que estavam também na basílica. Confessa-se envergonhada e descreve o seu vestuário como sendo “nu, demasiado justo e revelador”, explicando que apesar dos seus filhos “saberem melhor do que olhar para o corpo feminino”, nem ela conseguia deixar de reparar.
As críticas não se fizeram esperar, nem mesmo as manifestações físicas no campus universitário. Na semana passada, um grupo de estudantes organizava o Dia do Orgulho das Leggings, seguindo-se um verdadeiro movimento nas redes sociais intitulado #LeggingsdayND. Muitas foram as respostas à mãe católica que pedia às mulheres para considerarem comprar calças de ganga, da próxima vez que fossem às compras.
Tanto homens como mulheres usaram o hashtag no Twitter para publicar mensagens de força e apoio às estudantes da universidade. “Não consigo acreditar que ainda estamos a falar sobre o que é apropriado as mulheres usarem”, escrevia uma utilizadora daquela rede social. Outra, sublinhava: “Ensine os seus filhos a respeitarem as mulheres e não as tratarem como carne”.
Também o The New York Times aproveitou a polémica para publicar um artigo sobre a tão discutida peça de roupa. “Possivelmente, as leggings são o futuro. Lide com isso” é o título da peça assinada por Vanessa Friedman, a editora de moda e crítica do Times, que termina o texto afirmando a procura por esta peça de roupa continua a aumentar.
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