Mães mais velhas têm filhos menos problemáticos

shutterstock_269817635

Ser mãe tardiamente é cada vez mais uma realidade nos países desenvolvidos. Mas se uma gravidez em idade mais avançada potencia riscos como partos complicados ou prematuros, abortos e maior probabilidade de ter filhos com problemas congénitos, agora uma nova investigação vem apontar que, ao nível do desenvolvimento socio-emocional, filhos de mães mais velhas acabam por sair favorecidos e, uma gravidez tardia, pode trazer vantagens específicas.

Um novo estudo, que reuniu mais de cinco mil mães na Dinamarca e foi publicado na European Journal of Developmental Psychology, conclui que as mais velhas têm menos probabilidade de gritar com seus filhos e de impor castigos severos. Assim, as crianças são menos propensas a ter problemas comportamentais, sociais e emocionais.


Conheça os argumentos usados por quem quer e quem não quer ser mãe


Para esta investigação, foram entrevistados filhos com idades de 7, 11 e 15 anos. Os psicólogos concluíram que as crianças de mães mais velhas têm menos problemas em idades como 7 e 11 anos, mas não com 15.

O estudo também notou que as progenitoras mais velhas proporcionavam um ambiente mais positivo, repreendiam menos e faziam-no de forma mais suave, sendo menos duramente disciplinadoras. O que, para os investigadores, é considerado bom para os filhos.

Entre as razões que podem explicar esta atitude estão o nível de educação mais alto, alguma estabilidade financeira e, possivelmente, uma maior solidez na relação conjugal. Tudo isto conjugado com uma maturidade psicológica que chega com a idade, explicam os autores.


O relógio biológico é uma construção política, diz a socióloga Orna Donath. Releia a entrevista


“Sabemos que as pessoas se tornam mais flexíveis mentalmente com a idade, são mais tolerantes com outras e prosperam melhor emocionalmente”, considerou, em comunicado, Dion Sommer, psicólogo da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, e autor desta pesquisa. “É por isso que a maturidade psicológica pode explicar por que as mães mais velhas não repreendem tanto e disciplinam menos fisicamente seus filhos”.

“Ao estimar as consequências do aumento da idade materna, é importante considerar os prós e os contras físicos e psicossociais”, afirmou o autor do estudo.

Na Dinamarca, a idade média da gravidez é de 30,9, apenas mais sete décimas que em Portugal. De acordo com a Pordata, a idade média da gravidez do primeiro filho está situada nos 30,2 anos, em 2015. Um aumento de mais de três anos e meio desde 2000.

Não é o primeiro estudo a apontar as vantagens reais de ter filhos mais tarde na vida, sendo de ressalvar a importância de se ser mãe em idades mais baixas, tendo em conta as vantagens físicas para a mulher como para os filhos.


Conheça os diplomas em tono da maternidade que estão na Assembleia da República


Mas recuando no tempo, um estudo de 2012, publicado no British Medical Journal, correlacionou a idade das mães com a saúde das crianças. Outras pesquisas mostram ; que as mães mais velhas tendem a desfrutar de um bem-estar melhorado durante a gravidez e imediatamente após o parto. Outro estudo recente determinou que as crianças de mães mais velhas mostram maior inteligência e capacidade cognitiva.

Imagem de destaque: shutterstock