Mais amor, por favor

Celmira Macedo, psic—loga
Lisboa, 18/02/2016 - Celmira Macedo, psic—loga colaboradora do site Delas.pt. (Leonardo Negr‹o/Global Imagens)

Já parou para pensar bem na vida que tem tido? Qual foi a última vez que abraçou quem ama? Já sequer equacionou a bênção que é estar vivo e poder fazê-lo? Já pensou se o amor que dá é equivalente ao que recebe?

Provavelmente só o fará quando a vida lhe colocar um STOP. E às vezes, esse stop vem sob a forma de privação: doença, perda e inevitavelmente dor. Tudo por ter confundido a vida que leva, com a pessoa que é.

E assim têm sido as nossas vidas. Cheias de tudo e vazias de nada. Fomo-nos habituando a não saber viver vidas mornas, equilibradas ou mediamente temperadas. As causas e as paixões confundem-se num universo do qual perdemos (ou definimos) a nossa identidade. E é neste contraste que vamos encontrando o equilíbrio pelo qual nos tem valido a pena viver.

Mas o tempo passa, a vida escoa-se pelos dedos, a saúde fragiliza e rapidamente percebemos que não temos todo o tempo do mundo e da alma explode um grito de súplica, para um mundo com mais amor por favor!

Daí surge a vontade quase agonizante de deixar ficar as guerrinhas de quintal, as invejas sem fundamento, as toxinas libertas na vida alheia, as palermices e as tolices para viver a vida intensa que nos completa, repleta de mais amor (sem favor)! Uma vida com sabor autêntico. Riscos? Dificuldades? Desafios e problemas? Sempre coexistirão com a nossa frágil e ondulada existência, mas são eles que ditarão o colorido e a nossa verdadeira fibra.

De que adianta viver se a vida não nos arrebata. Vive-se, mas não se VIVE!

E como desconhecemos (e ainda bem) por quanto tempo estaremos por cá a escrever a nossa história, sugiro que vivamos com todos os nossos sentidos. Apaixonadamente. E assim amemos da mesma forma. E que cada linha desse capítulo, seja sinónimo de um folego arrebatador. Que traduza vidas inebriantes, amores intensos, paixões e amizades profundas, sentimentos e entrega a causas nobres.

E porque não temos todo o tempo do mundo, sendo que pior do que morrer é não ter sequer vivido, então que se viva apaixonadamente, na certeza de que, se o fizermos, serão esses os momentos em que de facto estamos vivos.

E como diz André Camargo o único tempo que temos disponível, é o agora (até que em algum momento a luz se apague). Vá que é tempo de parar de desperdiçar o a vida com lutas inglórias, distrações fúteis, materialismos bacocos, trabalhos que não nos fazem brilhar os olhos, vaidades obesas, relações vazias… Procuremos o que nos enche a vida de sentido e nos faz o coração vibrar. Simplesmente porque para sermos felizes precisamos de mais amor… por favor…celmira