Refugiados: Mais de 150 mil pessoas já fugiram da Ucrânia, sobretudo mulheres e crianças

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[Fotografia: PETER LAZAR / AFP]

Mais de 150 mil pessoas fugiram da Ucrânia para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia devido à invasão russa, disse este sábado, 26 de fevereiro, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, num balanço atualizado.

Segundo avança a agência noticiosa Associated Press, os que chegam são principalmente mulheres, crianças e idosos depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy ter proibido a saída de homens em idade militar, de 18 a 60 anos. Alguns homens ucranianos estão inclusivamente a voltar para a Ucrânia, vindos da Polónia, e para combater as forças russas. “Tudo isso pode aumentar, está a mudar a cada minuto”, disse Shabia Mantoo, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. “É muito fluido e muda a cada hora.”

A entidade espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais.

Citado em comunicado pela ONU News, o responsável do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) referiu, na rede social Twitter, que metade dos ucranianos fugiu para a Polónia e os restantes para a Hungria, Moldávia e Roménia desde que começou a ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, na quinta-feira.

Segundo Filippo Grandi, as operações militares dificultam a contagem do número exato de deslocados e a entrega de ajuda.

Num balanço anterior, hoje de manhã, a vice-alta comissária da ONU para os Refugiados, Kelly Clements, mencionara, em declarações à televisão CNN, que mais de 120 mil pessoas tinham fugido da Ucrânia para, sobretudo, a Polónia e Moldávia, mas também para a Roménia, Eslováquia e Hungria.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

CB com Lusa