Mais de dois milhões de mulheres na Ucrânia sofrem violência de género

Conferências do Estoril
Primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska [Fotografia: Paulo Spranger/Arquivo]

As mulheres e as raparigas representam mais de metade das 14,6 milhões de pessoas que tiveram de abandonar as suas casas na Ucrânia, seja para ir para outras zonas do país ou para atravessar a fronteira como refugiadas, razão pela qual a ONU Mulheres apela à ajuda numa abordagem de género, enquanto aguardam o fim do conflito iniciado com a invasão da Rússia em fevereiro de 2022.

“As mulheres na Ucrânia lideram a resposta humanitária e planeiam a recuperação”, declarou responsável da agência da ONU neste país, Sabine Freizer Gunes, lamentando a falta de presença feminina nos primeiros níveis políticos e o facto de “uma em cada duas mulheres” não trabalhar.

“A capacitação das mulheres não só fortalece a resposta da Ucrânia hoje, como abre caminho para um país mais inclusivo e resiliente no futuro”, acrescentou.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDC) estima que menos de 1% dos fundos de recuperação vão para projetos centrados na igualdade de género.

No entanto, atualmente, cerca de metade das novas empresas fundadas são lideradas por uma mulher, o que, segundo a ONU Mulheres, reflete o seu potencial para revitalizar social e economicamente um país marcado por conflitos há mais de dois anos e meio.