Entre janeiro e setembro deste ano 344 mulheres foram violadas em Portugal, o que resulta em 1,3 casos por dia até 30 de setembro, conforme os dados avançados pela Polícia Judiciária à agência Lusa e no momento em que se assinala o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, esta segunda-feira, 25 de novembro.
Segundo informações da mesma autoridade, 65% das vítimas de crimes de violação em 2022, 2023 e nos primeiros três trimestres de 2024 são mulheres. Em 2022, a PJ registou 421 mulheres violadas num universo de 630 violações e em 2023 houve 359 casos de mulheres violadas num universo de 551.
Entre janeiro e setembro deste ano há registo de 521 violações, sendo 344 mulheres.
Sobre o número de mulheres vítimas de homicídio em contexto de violência doméstica há registos de 56 femicídios entre 1 de janeiro de 2022 e 30 de setembro de 2024.
Segundo os dados mais recentes da PJ, foram mortas 15 mulheres nos primeiros três trimestres de 2024 num universo de 18 homicídios em contexto de violência doméstica.
Em 2022 foram contabilizados 24 femicídios num universo de 28 homicídios em contexto de violência doméstica. Em 2023 foram registados 17 femicídios num total de 22 homicídios.
“O número absoluto de homicídios de mulheres não variou em relação ao ano passado, foram 25, o contexto é que muda: este ano e até 15 de novembro foram registados 20 femicídios, mais cinco do que no ano passado”. O alerta é feito por Cátia Pontedeira à Delas.pt no dia em que o Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) apresentou os dados preliminares relativamente à violência contra as mulheres, tendo por base as notícias publicadas na imprensa nacional.
Segundo as estatísticas da OMA revelados na semana passada, entre 1 de janeiro e 15 de novembro de 2024, houve 20 vítimas de femicídio consumado e “30 tentativas de femicídios” no mesmo período de tempo de 2024. Um quadro que revela também um aumento das tentativas de assassinato de mulheres.
Segundo Cátia Pontedeira, antes do femicídio, as vítimas sofrem várias outras formas de violência prévia, que incluem, muitas vezes, ameaças de morte. Essas ameaças de morte não devem ser desvalorizadas”, avisou.
com LUSA