Mais filhos e menos animais. Papa junta-se a Meloni e faz pedido a italianos

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[Fotografia: by Filippo MONTEFORTE / AFP]

O Papa Francisco juntou-se à primeira-ministra conservadora italiana para encorajar os italianos a terem mais filhos, e não animais de estimação que, na sua opinião, estão a substituir as crianças nalguns lares.

Numa conferência anual de organizações pró-família, ao lado da primeira-ministra Giorgia Meloni, o Papa criticou os casais que têm animais de estimação em vez de filhos, pediu recursos para ajudar os casais a aumentar as famílias e defendeu que é preciso “plantar o futuro” com esperança.

“Não vamos resignar-nos à monotonia estéril e ao pessimismo”, disse o Papa Francisco, salientando não acreditar “que a história já está marcada, que nada pode ser feito para reverter a tendência”.

Francisco pediu uma ação política concreta para inverter o “inverno demográfico”, que em termos populacionais resultou no desaparecimento de uma cidade do tamanho de Bari no ano passado.

Itália registou um número recorde de nascidos vivos no ano passado, 392.598, que combinado com um número elevado de mortes, 713.499, acelerou a tendência demográfica que ameaça o sistema de previdência social do país.

O governo de Giorgia Meloni apoia uma campanha para incentivar pelo menos 500 mil nascimentos por ano até 2033, uma taxa que os demógrafos dizem ser necessária para evitar o colapso da economia ao aumentar a população assalariada à medida que os aposentados recebem as pensões.

Giorgia Meloni chegou ao poder em 2022 numa campanha pró-família de “Deus, família, pátria” e propôs medidas para encorajar as famílias a terem mais filhos, incluindo cortes de impostos para aumentar o poder de compra, dado que a fertilidade de Itália, com uma taxa de 1,24 filhos por mulher, está entre as mais baixas do mundo.

Estudos realizados apontaram para uma combinação de fatores que desestimulam as mulheres a ter filhos, incluindo a falta de creches a preços acessíveis, baixos salários e contratos de trabalho precários, além da tradição de as mulheres serem as cuidadoras dos pais mais velhos.

LUSA