Malala regressou na quinta-feira, 28 de março, ao Paquistão, pela primeira vez em seis anos e não conseguiu conter as emoções.

A ativista deixou o país, em 2012, depois ter sido atingida na cabeça com um tiro disparado por um talibã, por defender a educação feminina naquele país muçulmano.

A Prémio Nobel da Paz, que foi recebida pelo governo e pelas instituições paquistanesas com honras de Estado, foi incapaz de conter as lágrimas no seu discurso filmado no gabinete do primeiro-ministro, Shahid Khaqan Abbasi. No discurso, Malala, afirmou que regressar ao seu país é um “sonho”.

“Nos últimos anos, sonhei em voltar a pisar o meu país”, referiu Malala – como mostra o vídeo, legendado em inglês -, lembrando que quando visitava cidades como Londres, ou Nova Iorque, imaginava que estava no Paquistão, em Islamabad ou em Karachi. “Estou muito feliz”, disse, sem conseguir conter as lágrimas”

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Este sábado, Malala visitou, entre fortes medidas de segurança, Mingora, no noroeste do Paquistão, a primeira visita à cidade natal, neste regresso ao país.

“Visitou com os pais e o irmão a sua casa, onde ficou durante um tempo”, disse uma fonte policial à Efe, que pediu para não ser identificada.

A ativista chegou de manhã num helicóptero militar acompanhada dos pais e irmão à cidade do vale de Swat, onde foi montado um forte dispositivo das forças de segurança e com muitas ruas a permanecerem cortadas pelo exército, adiantou outra fonte à Efe.

Posteriormente, a jovem de 20 anos, que estava também acompanhada da ministra da Informação paquistanesa, Marriyum Aurangzeb, visitou o Instituto de Cadetes Gali Bagh, centro educativo militar, situado a 30 quilómetros de Mingora, onde se reuniu com estudantes num encontro em que estavam convidados amigos de Malala.

Fonte militar acrescentou que a ativista irá ainda visitar uma escola construída pelo Fundo Malala no distrito de Shangla.

Escolas privadas protestam contra Malala

O regresso da ativista ao Paquistão também despertou duras críticas e protestos, como o organizado pela principal associação de escolas privadas do país que, na sexta-feira, usou o lema: “Eu não sou Malala”.

A sua visita ao país deve durar quatro dias, mas o seu itinerário não foi divulgado “por razões de segurança”, indicaram as autoridades.

Quando Malala Yousafzai abandonou o Paquistão encontrava-se entre a vida e a morte, na sequência da tentativa de assassínio pelos talibãs. A ativista regressava da escola quando foi atingida.

Tratada em Inglaterra, onde vive, tornou-se um ícone dos direitos das raparigas à educação, o que lhe valeu o prémio Nobel da Paz em 2014, em conjunto com o indiano Kailash Satyarthi.

AT com Lusa

Malala regressa ao Paquistão pela primeira vez em seis anos