O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, testou positivo à covid-19 na noite de segunda-feira, 11 de janeiro. A informação foi dada via comunicado da Presidência da República. Mas esta manhã de terça, 12 de janeiro, chegou o segundo teste que deu negativo.
“O resultado do teste realizado esta noite pelo Instituto Ricardo Jorge foi negativo. O Presidente da República mantém-se em isolamento e aguarda a realização de um teste confirmativo”, informa nota da Presidência da República
“Enquanto aguarda pelo resultado, bem como pelas subsequentes orientações das autoridades de saúde, o Presidente da República assistirá, por videoconferência, à reunião desta manhã no Infarmed”, acrescenta a mesma nota.
Recorde-se que na noite de segunda-feira, a Presidência da República informava que o Chefe de Estado estava “assintomático” e que “comunicou ao Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, ao Primeiro-Ministro, António Costa, e à Ministra da Saúde, Marta Temido, e, encontrando-se a trabalhar em Belém, aí ficou e ficará em isolamento profilático na zona residencial, aguardando o inquérito epidemiológico”, lê-se na nota publicada no site.
Uma situação que vai levar ao cancelamento da “agenda para os próximos dias, a começar com sessão com os peritos no Infarmed e a audição dos Partidos Políticos”, previstas para esta terça-feira, 12 de janeiro.
Ainda na segunda à noite, Marcelo fazia inquérito epidemiológico do delegado de Saúde bem como “novo teste PCR, realizado pelo INEM”. Até esta manhã de terça-feira, não foi revelado o resultado. O Chefe de Estado é sujeito a testes sdiários
Para as 21:50 horas desta terça-feira, 12 de janeiro, os sete candidatos tinham previsto o debate que envolveria todos os pretendentes a Belém, transmitido na RTP1 e RTP3 a partir do Pátio da Gale, em Lisboa. Contudo, ainda não é possível saber em que moldes é que se realizará agora o debate, se é que vai acontecer de todo, tendo em conta a infeção de Marcelo e suspensão das campanhas de André Ventura, Marisa Matias e Ana Gomes.
Tudo indicava que Marcelo Rebelo de Sousa fizesse campanha nas ruas para as eleições presidenciais entre 19 e 22 de janeiro, concentradas em Lisboa, Porto e Celorico. Recorde-se que o Presidente da República em exercício e candidato a um segundo mandato prescindiu dos tempos de antena na televisão e na rádio.
Campanha eleitoral sofre forte revés
Quando faltam 13 dias para as eleições, a campanha voltou a sofrer um revés, depois de se saber que o Presidente da República e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, está infetado com o novo coronavírus, mas assintomático.
O chefe de Estado previa estar presencialmente, às 10:00, na reunião com epidemiologistas sobre a evolução da pandemia em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, que junta também o primeiro-ministro, o presidente do parlamento e líderes partidários, e depois receber os partidos com representação parlamentar para discutir a renovação do estado de emergência.
Ainda não há informação sobre se Marcelo Rebelo de Sousa vai assistir virtualmente a esta reunião, tal como vão fazer os restantes seis candidatos.
O Presidente da República não tinha ações de campanha previstas, até dia 18, por estar em vigilância depois de ter tido um contacto com um elemento da sua Casa Civil infetado com o novo coronavírus. A confirmação de que está infetado levou ao cancelamento de toda a sua agenda oficial.
Depois de saber da infeção do Presidente da República, o candidato e presidente do Chega, André Ventura, disse à agência Lusa que vai ficar em isolamento profilático “por segurança”, uma vez que esteve a debater com Marcelo Rebelo de Sousa na televisão.
Ana Gomes e Marisa Matias fizeram o mesmo, ou seja, decidiram suspender a campanha pelo menos até serem testadas e conhecerem os resultados. O candidato comunista João Ferreira, que tinha uma ação de campanha com a deputada socialista Isabel Moreira em Lisboa, disse aguardar também por indicações das autoridades sanitárias.
Vitorino Silva disse falou com linha SNS24, que lhe disse que não é “contacto de risco”, uma vez que debateu com o Presidente na quinta-feira, e que pode “continuar a campanha, obviamente com cuidados”. Sendo assim, o candidato tem planeada uma visita, às 15:00, à sede do rancho folclórico “Dançar é Viver”, na freguesia da Encosta do Sol, concelho da Amadora.
Tiago Mayan Gonçalves não tem agenda planeada para hoje, além da reunião no Infarmed, que também vai acompanhar virtualmente.
As diretrizes e restrições impostas para conter a disseminação do SARS-CoV-2 estão a obrigar as candidaturas a alterar com frequência os planos de campanha. As presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.