Marcha pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres é já este sábado

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Turkish women supporting feminist women rights carry a mannequin to represent the oppressed women as they demonstrate in central Taksim Square in Istanbul March 8, 2005, marking the International Women's Day. REUTERS/str FS/THI - RP6DRMTLVPAA

Este sábado, dia 25 de novembro, assinala-se o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres e a data vai ser marcada, em várias cidades de Portugal, por uma marcha de cidadãos que se manifestarão pelo fim de todas as violências contra as mulheres. Lisboa, Porto, Leiria, Coimbra e Angra do Heroísmo são as cidades que têm a concentração marcada para horas distintas, entre as 10h00 e as 18h00.

Não obstante os progressos alcançados nas últimas décadas em matéria dos direitos das mulheres e da prevenção e combate à violência doméstica, persistem, em todo o Mundo e também em Portugal, verdadeiros atentados a esses mesmos direitos. Independentemente da idade, território de origem, nacionalidade, pertença étnico-cultural, estatuto económico, orientação sexual, género, condição física, mental e /ou sensorial, a experiência individual e coletiva das mulheres face a atos de violência patriarcal, é uma constante. Não há como negá-la!”, lê-se no manifesto das várias associações que convocaram a manifestação.

Dados compilados pela Plataforma Portuguesa Para os Direitos das Mulheres mostram a necessidade de lutar por uma causa que parece, por estes dias, não fim:

  • Estima-se que, em Portugal, cerca de 1 milhão e 400 mil mulheres em Portugal com 15 e mais anos já tenha experienciado violência sexual e/ou física.
  • Na Europa 50 mulheres por semana são assassinadas por parceiros, ex-parceiros, namorados, filhos; em Portugal, em 2016 foram 22 mulheres (uma a cada duas semanas), e em 2017 (até 23.11) 18 mulheres assassinadas. Alguns destes assassinatos acontecem no espaço público!
  • Estima-se que, em Portugal, uma em cada duas mulheres com deficiência seja vítima de violência masculina. Uma em cada três mulheres com 50 ou mais anos já foi vítima de violência sexual em simultâneo com outras formas de violência.
  • Em 2016, mais de 2 mulheres por dia apresentaram queixa por crime de natureza sexual à polícia. 57% das violações foram perpetradas por homens familiares ou conhecidos das vítimas.
  • Estima-se que entre 60% e 90% das pessoas prostituídas foram submetidas a abuso sexual e a violação na infância. Um estudo de 2010 aponta para que, em Portugal, 94% das mulheres prostituídas inquiridas tenham sido vítimas de algum tipo de violência nas práticas prostitutivas; e 90% já quis sair do sistema da prostituição mas a falta de alternativas, nomeadamente económicas, manteve-as no sistema.
  • 54% dos que recorrem ao sistema da prostituição admitiram ter tido comportamentos sexuais agressivos em relação a um/a parceiro/a fora do sistema.
  • Na Europa, 11 anos é a idade média da 1ª exposição à pornografia na Internet. Em Portugal, 23% das crianças com idade entre os 9 e os 16 anos viram conteúdos pornográficos.
  • Na Europa, 9 milhões de raparigas experienciaram algum tipo de violência online até aos 15 anos.
    Estima-se que, em Portugal, 6.500 mulheres e raparigas com 15 ou mais anos poderão ter sido submetidas à mutilação genital feminina ou à excisão.
  • Cerca de uma em cada seis mulheres em Portugal já foi assediada sexualmente no local de trabalho.
  • Em Portugal, as mulheres representam 6% da população prisional; 60% está presa por crimes menores como transporte de droga ou pequenos furtos (a chamada criminalidade da pobreza).