Marge Simpson ‘corta’ o cabelo pelas mulheres iranianas

Street art in solidarity with Mahsa Amini
[Fotografia: EPA/Andrea Fasani]

Têm sido muitas as figuras centrais da política e do entretenimento nacionais e internacionais que têm cortado mechas de cabelo como forma de protesto pela morte da curda iraniana de 22 anos Mahsa Amini, presa a 13 de setembro por uso indevido do véu islâmico pela Polícia da Moralidade e que morreu três dias depois no hospital.

E se os protestos têm sido feitos nas ruas do Irão e do mundo inteiro – Portugal já foi palco de duas manifestaçõeselas chegam também agora à arte e com personagens célebres da animação, no caso a icónica matriarca da família Simpson. Em The Cut, A Sequência (O corte, em tradução literal), Marge é representada com o célebre cabelo azul cortado e com o dedo médio em riste, em solidariedade por Mahsa Amini e pelos direitos das mulheres iranianas.

[Fotografia: EPA/Andrea Fasani]
[Fotografia: EPA/Andrea Fasani]
[Fotografia: EPA/Andrea Fasani]
[Fotografia: EPA/Andrea Fasani]
O mural é da autoria do artista AleXsandro Palombo e está em Milão, Itália, diante do consulado iraniano.

De acordo com dados mais recentes, pelo menos 108 pessoas foram mortas no Irão na sequência da repressão de protestos que duram há quase um mês pela morte de uma mulher, Mahsa Amini, após a sua detenção pela Polícia de Moralidade. As forças de segurança iranianas também mataram pelo menos 93 outras pessoas em confrontos separados em Zahedan, no sudeste da província de Sistan-Baluchistão, informou a organização não governamental Iran Human Rights (IHR).

Neste caso, a violência foi desencadeada durante manifestações de protesto contra a alegada violação de uma jovem por um agente da polícia.

Nesta onda de protestos que começou a 16 de setembro, foram detidas e acusadas mais de 120 pessoas. A autoridade judiciária do país anunciou, através do seu ‘site’ oficial, “a acusação de 60 pessoas” em Teerão e outras 65 na província de Hormozgan, no sul, detidas durante os “recentes motins”, sem especificar as acusações. “Dado que os manifestantes (indiciados) desempenharam um papel central na formação de encontros ilegais, a queima e ataque a alguns locais públicos e privados e semearam o terror entre a população, o procurador rapidamente investigou os seus casos”, declarou o chefe da justiça de Hormozgan, Mojtaba Ghahremani, citado pelo Mizan Online, o site da justiça iraniana.

“A partir de agora, aqueles que atacam a vida e a propriedade de pessoas, instalações policiais, militares e urbanas ou encorajam e incitam as pessoas a motins, serão tratados de uma forma decisiva”, disse, sem mais esclarecimentos, Ali Salehi, procurador de Teerão, citado esta quarta-feira, 12 de outubro, pelo Mizan online.

com agências