Maria Botelho Moniz “chorou durante meses” com “golpe duro” de não voltar às manhãs da TVI após licença de maternidade

Gala de Aniversário da TVI
Maria Botelho Moniz [Fotografia: Rita Chantre / Global Imagens]

Na proteção do direito à maternidade, a lei defende claramente que ninguém pode ser prejudicado nos seus direitos por via da parentalidade, devendo a progenitora regressar às funções que desempenha antes da gravidez e do parto. Em abril, a TVI anunciou que Maria Botelho Moniz, após licença de maternidade, voltaria ao trabalho, mas não para as mesmas funções, a condução de Dois às 10. Seguiria antes para novo horário e outro formato.

E se na ocasião imperou o silêncio da apresentadora em causa, da estação, de Cristina Ferreira, diretora de Ficção e Entretenimento e sucessora de Maria após licença de maternidade, e de José Eduardo Moniz, diretor-geral do canal, a verdade é que a presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), Carla Tavares, usou da palavra a título pessoal para lembrar a lei e mostrar indignação em torno do “peso da maternidade”. “Não sei qual a natureza do contrato que liga Maria Botelho Moniz à TVI, mas a lei é muito clara e diz que ninguém pode ser prejudicado nos seus direitos por via da parentalidade. Portanto, a pessoa deve, segundo a lei, regressar às suas funções que desempenhava antes da gravidez e do parto”, afirmava a responsável à Delas.pt.

Cinco meses depois, em entrevista a Cristina Ferreira na sua revista homónima, Maria Botelho Moniz quebra silêncio e revela ao detalhe as pesadas implicações de tal decisão na sua saúde. “Foi um golpe duro, porque estava mesmo à espera de voltar. Estava ansiosa por este regresso. Por voltar àquelas pessoas que me viam todos os dias, que acompanharam a gravidez toda. De chegar e ter o Cláudio [Ramos] a receber-me, de ter as pessoas a quererem saber do Vicente. Naquele que era o meu cantinho feliz com o Cláudio”, revelou na entrevista.

E detalhou: “Acordava, a meio da noite, angustiada. Ia para a sala, chorava, chorava, chorava.” Um momento muito difícil sentido por uma recém-mãe e que, nas palavras da própria, durou “meses”. ““Chorei muito. Chorei todos os dias, durante meses. (…)Pensava: ‘O que é que eu fiz? Fiz alguma coisa errada?’. Depois, cai a ficha. É assim.”

Hoje, olhando para trás, afirma: “Creio que nunca vou resolver, se queres que seja sincera. Na cabeça está resolvido, porque somos pessoas inteligentes, conseguimos dar dois passos atrás, analisar a situação.” Sem culpas apontadas à diretora e sucessora, Maria Botelho Moniz diz sentir “saudades” das manhãs, do trabalho que tinha antes de engravidar de Vicente, de ter sido mãe e de ter gozado o direito à licença de maternidade.

“Isto é trabalho. Não é a minha vida. Agora, consegui interiorizar que isto é o meu trabalho. E, apesar de o meu trabalho, o nosso trabalho, ser uma grande parte das nossas vidas, a nossa vida está em casa. A nossa vida está nos nossos amigos, está na nossa família, nos nossos filhos. Isso é a nossa vida. Isto é o nosso trabalho. Dói? Dói. Muito. Chorei muito. voltei a um formato de que gosto. (…) Agora, perguntas-me se era o que eu queria estar a fazer? Tenho saudades daquelas conversas, tenho saudades do Cláudio. Daquele horário. Tenho saudades”, declarou.