Maria de Assis preside à comissão científica do Plano Nacional das Artes

4-Dançar

A crítica de dança e consultora de projetos educativos e culturais Maria de Assis foi escolhida para presidente da comissão científica do Plano Nacional das Artes (PNA), segundo uma publicação feita esta quinta-feira, 2 de maio, em Diário da República (DR). De acordo com o despacho assinado pelas tutelas da Cultura e da Educação, Maria de Assis foi escolhida para presidir ao cargo por “evidenciar perfil adequado e demonstrativo da aptidão e da experiência profissional necessárias”.

Em fevereiro deste ano, o Conselho de Ministros determinou a elaboração de um PNA para o horizonte temporal 2019-2029 e nomeou para comissário executivo o professor, escritor e crítico de arte Paulo Pires do Vale. Na mesma resolução, aprovada na altura, o Conselho de Ministros estabelecia a criação de uma comissão científica de acompanhamento, que exerce funções a título gratuito.

O PNA, cuja comissão executiva tem uma natureza de estrutura de missão, na dependência dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da cultura e da educação, tem por missão elaborar o plano, “organizando, fomentando e implementando, de forma consolidada, e em parceria com entidades públicas e privadas, a oferta cultural para a comunidade educativa e para todos os cidadãos, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida“.

A comissão científica de acompanhamento será composta ainda pelo comissário do Plano Nacional de Leitura, pelo coordenador do Plano Nacional de Cinema, pelo coordenador do Programa de Educação Estética e Artística, pelo coordenador nacional da Rede de Bibliotecas Escolares, e pelo coordenador da Rede Portuguesa de Museus.

Maria de Assis, presidente da direção da Companhia Maior desde 2016, é atualmente, ao abrigo de um protocolo entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) da Câmara de Lisboa, assessora do conselho de administração desta empresa para a área educativa. Ali é responsável pelo planeamento e desenvolvimento estratégico do DESCOLA, um projeto de atividades criativas para alunos e professores que resulta do trabalho conjunto dos equipamentos culturais da Câmara Municipal de Lisboa.

Maria de Assis tem-se dedicado nos últimos dez anos ao desenvolvimento de projetos experimentais assentes em práticas colaborativas entre instituições e entre agentes educativos, designadamente artistas, professores e mediadores, com o objetivo de estimular novas ferramentas e metodologias de aprendizagem em diferentes contextos de educação, formal, não formal e informal, segundo a nota curricular anexada ao despacho.

Estudou dança e música em Lisboa e Bruxelas e iniciou a sua carreira profissional como pianista. Licenciou-se em História pela Universidade de Lisboa (1988), e tem uma pós-graduação em Gestão das Artes do INA – Instituto Nacional da Administração e Fundação Centro Cultural de Belém (1998). Durante 10 anos (1984-1994) a sua atividade esteve ligada à comunicação social enquanto jornalista, crítica de dança e autora e apresentadora de programas culturais para a rádio e a televisão (RTP, TVI e Antena 2).

Tem textos sobre dança e artes performativas contemporâneas publicados em livros e revistas da especialidade, e foi consultora de programação para dança e teatro no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, entre 1995 e 2003, e no Teatro Viriato, em Viseu, entre 1998 e 2019. Exerceu o cargo de vice-presidente do Instituto das Artes do Ministério da Cultura, entre 2003 e 2005.

A partir de 2006, regressou à Fundação Gulbenkian para a área da educação cultural e artística, e, entre 2013 e 2017, assumiu a direção do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura e Ciência. Integrou o grupo de trabalho de sinergias entre Educação e Cultura constituído pela Comissão Europeia no âmbito do Método Aberto de Cooperação, em 2008-2009, e novamente em 2014-2015. Foi membro do Conselho Consultivo da Arte em Rede, entre 2015 e 2019.

Imagem de destaque: DR

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