O desfile da Dior era um dos mais aguardados da Semana da Moda de Paris e Maria Grazia Chiuri respondeu com uma coleção que surpreendeu pelas mensagens que passou.
A estilista italiana é a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora criativa da Dior e o desfile, que se realizou ontem, marcou a sua estreia à frente da casa francesa.
No evento, onde os estilistas e as grandes casas de moda apresentam as suas propostas para a próxima estação – primavera/verão 2017 –, Maria Grazia Chiuri quis chamar a atenção para a questão da igualdade de género. Fê-lo não só através de mensagens explícitas em algumas peças – “Todos devemos ser feministas” podia ler-se numa t-shirt –, mas também das próprias opções estilísticas, como os modelos inspirados nos equipamentos de esgrima que apresentou na passerelle. Por serem praticamente iguais nas versões masculinas e femininas, as diferenças de género, nos fatos de esgrima, acabam por ser esbatidas, o que na reinterpretação da estilista acabou por traduzir-se em jaquetas de couro, corsários justos, coletes e corpetes acolchoados.
Com base num novo conceito estético que se quer adaptado à mulher atual em toda sua complexidade, múltiplas facetas e áreas de atuação, as peças criadas por Maria Grazia Chiuri funcionam como um novo uniforme à altura dos seus desafios ou duelos.
Mas a coleção também mostrou um lado mais romântico e onírico, com esoterismo à mistura. Saias em tule, vestidos transparentes, decorados com motivos inspirados em aspetos do tarot e da feitiçaria, foram algumas das propostas numa coleção dominada pelos tons branco, vermelho, preto e cinzento.
O desfile da estilista, que saiu da casa Valentino para a Dior, contou com a modelo portuguesa Maria Clara na passerelle.
A Semana da Moda de Paris termina no próximo dia 5 de outubro.
Veja na fotogaleria acima alguns momentos do desfile.
Imagem de destaque: Gonzalo Fuentes/Reuters
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