Marilyn Monroe “estava cheia de medo da solidão”

Marilyn Monroe morreu em 1962
Marilyn Monroe morreu em 1962

O livro de memórias de Sid Luft, marido da atriz Judy Garland, revela novas informações sobre Marilyn Monroe, que costumava frequentar a residência do casal. A icónica atriz dos anos 50 tinha uma relação próxima com Judy Garland, que expôs o lado mais íntimo e inseguro de Monroe, num excerto a que a ‘People’ teve agora acesso.

Escrito originalmente na publicação ‘Ladies Home Journal’, em 1967, e relembrado no livro de Sid Luft, Garland conta o quão perturbada estava Marilyn Monroe,: “Não quero ficar longe de ti. Estou assustada”. “Estamos todos assustados, eu também estou”, respondeu-lhe Judy Garland. “Se pudéssemos falar… Sei que ias entender”, tentou justificar-se Marilyn. “Talvez entenda. Se estás assustada, liga-me e vem ter comigo, que falamos sobre isso.”

A conversa nunca chegou a acontecer. “Eu e a Marilyn nunca tivemos a oportunidade para falar. Tive de partir para Inglaterra e nunca mais vi aquele doce e querida rapariga. Quem me dera ter sido possível falar com ela na noite em que morreu”, explica Garland. “Aquela linda rapariga estava cheia de medo da solidão – a mesma situação pela qual também eu já tinha passado”, escreveu a atriz no mesmo artigo. “E, tal como eu, ela estava apenas a tentar fazer o seu trabalho – dar cor à vida de algumas pessoas.”

Monroe, que morreu em 1962 por overdose de substâncias psicoativas, não cometeu suicídio, acredita Garland: “Não acho que tenha tentado fazer mal a si própria. O que aconteceu foi, em parte, porque ela tinha muitos comprimidos por perto e depois porque tinha sido abandonada pelos amigos.”

“Não se deve dizer a uma pessoa que esta é completamente irresponsável e depois deixá-la sozinha com demasiada medicação. É muito fácil esquecer-se. Tomam-se uns quantos comprimidos para dormir, acorda-se 20 minutos depois sem se lembrar de que já os tomou. Portanto tomam-se mais uns tantos, e de repente já se tomaram demasiados comprimidos”, concluiu Garland.

Na narrativa escrita por Sid Luft, intitulada ‘Judy e Eu’ e que ficou incompleta devido à sua morte, em 2005, o marido de Garland relembra as últimas impressões com que ficou de Monroe: “Ela sentava-se ao pé da lareira e não falava muito, era uma presença silenciosa. Era querida e muito infeliz. Costumava conversar com a Judy e brincava com os nossos filhos.”

“A Marilyn estava separada de um dos seus maridos [cujo nome não foi revelado no livro], de quem se queixava ser uma boa pessoa mas que não sabia como fazer amor com uma mulher. Ela tinha esperança de que com o seu novo parceiro esse aspeto da vida dela mudasse quando casassem. Ela estava frustrada e desapontada”, acrescentou ainda Sid Luft.