Marina Silva: a mulher que quer ser presidente do Brasil

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Tem 59 anos, há 30 anos que está na vida política e tem estado na na defesa dos valores ambientais desde sempre. Uma luta que já valeu à ambientalista Marina Silva, em 2008, uma homenagem feita pelo Príncipe Filipe, duque de Edimburgo e marido da Rainha Isabel II, no Palácio Saint James, em Londres.

Hoje é evangélica, mais ainda rapariga Marina Silva pensou em ser freira. Oriunda de famílias humildes, o seu primeiro trabalho foi como empregada doméstica. Foi ministra do Ambiente do governo liderado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Agora, a terceira candidata mais votada nas últimas eleições presidenciais no Brasil, anunciou este sábado, 2 de dezembro, que quer disputar o próximo escrutínio presidencial, agendado para outubro de 2018. Com esta decisão, esta política quer voltar – como fez anteriormente – a fazer tremer a presidência e a sociedade.

Esta mulher política – que também foi mencionada no conturbado processo de corrupção que envolve a petrolífera estatal Petrobras e que ficou conhecido como Lava Jato -, anuncia agora a intenção de voltar a disputar o Palácio da Alvorada, a residência oficial, em Brasília.

A candidatura de Marina Silva, dirigente do partido REDE Sustentabilidade, ainda tem de ser aprovada no congresso nacional da força partidária, previsto para abril do próximo ano, mas o nome da ex-senadora foi o escolhido pelas convenções estaduais do partido, realizadas durante os últimos dois fins de semanas. A aprovação no congresso será só a confirmação final.

“Período sabático” para partidos que criaram a crise

“Obviamente que não estaríamos aqui para dizer não. O compromisso, o sentido de responsabilidade, sem querer ser a dona da verdade, está a convocar-me para esse momento”, afirmou Marina Silva.
Na mesma intervenção, Marina Silva criticou as reformas liberais promovidas pelo atual governo do Presidente Michel Temer, no poder desde o ano passado, e defendeu que o Brasil precisa de outras e diferentes medidas, porque a recuperação económica ainda é lenta.


Temer e as mulheres: uma relação de liberdade difícil


“Um governo com uma taxa de aprovação de 3% não tem como construir reformas importantes, porque as reformas importantes (que o país precisa) não são essas”, referiu. “A melhor prenda que a sociedade pode dar aos partidos que criaram a crise é um período sabático de quatro anos“, prosseguiu.
Nas eleições presidenciais de 2010, a ambientalista conseguiu mais de 19% das intenções de voto, um resultado que iria melhorar quatro anos mais tarde, ao conquistar 22% dos votos.

Marina surge novamente em terceiro lugar nas sondagens

Nos dois escrutínios presidenciais, Marina Silva ficou na terceira posição e não conseguiu ir à segunda volta. As duas eleições seriam conquistadas por Dilma Rousseff, destituída em 2016 pelo Congresso brasileiro por alegadas irregularidades na gestão do orçamento federal.
Recentes sondagens atribuem novamente o terceiro lugar a Marina Silva nas intenções de voto dos eleitores brasileiros, atrás do ex-Presidente Lula da Silva e do deputado ultraconservador Jair Bolsonaro.

CB com Lusa

Imagem: Facebook