Marion Marechal Le Pen anunciou o seu regresso à política francesa esta sexta-feira, 28 de janeiro, e admitiu não apoiar a tia, Marine Le Pen, mas a nova figura da extrema-direita francesa, Éric Zemmour.
“A coerência, a visão, a estratégia, fazem com que me incline para Éric Zemmour, é certo. Mas há, claro, a questão familiar”, disse Marion Marechal Le Pen na edição de hoje do jornal Le Figaro.
Na quinta-feira, em declarações ao Le Parisien, Marion Marechal já tinha dado a entender que não apoiaria a tia na sua candidatura às eleições presidenciais franceses que se realizam já no mês de abril, dando a entender que hesitava dar o seu voto de confiança ao polémico comentador político, Éric Zemmour, que se posiciona também na extrema-direita.
A neta de Jean-Marie Le Pen, histórico líder da extrema-direita em França, está afastada da política desde há cinco anos. A mais nova deputada alguma vez eleita em França e que pediu o fim direito ao aborto, em 2017, tentou – neste tempo de ausência – criar uma universidade alternativa às grandes escolas de ciências políticas e sociais em França, tendo-se mantido longe dos holofotes, apesar de continuar a ser considerada uma esperança da extrema-direita.
Ao saber das declarações da sobrinha, Marine Le Pen disse hoje considerá-las como algo “brutal”. “Se eu disser que isso não afeta, ninguém vai acreditar em mim. Tenho uma história particular com Marion porque a criei com a minha irmã e é algo brutal, violento. É muito difícil”, afirmou Marine Le Pen no canal de televisão CNews.
Através das redes sociais, Jean-Marie Le Pen, que embora afastado do partido União Nacional continua a ter uma grande influência familiar, já fez saber que vai mediar um encontro entre a filha e a neta, de forma a apaziguar o clã.
Esta é mais uma deserção de figuras muito conhecidas da União Nacional, antiga Frente Nacional, para o campo de Éric Zemmour. Este fim de semana, os eurodeputados Gilbert Collard et Jérôme Rivière eleitos pelo partido de Marine Le Pen anunciaram que se juntavam a Zemmour, com Collard a tornar-se mesmo porta-voz do candidato.