A eurodeputada portuguesa está, esta terça-feira, 7 de novembro, a falar na Web Summit e o tema é o comércio livre, uma realidade que, vinca ao Delas.pt, “é uma ideia politicamente bem vendida, mas que não existe”, uma “uma ideia romântica, mas irrealista”. Maria Matias considera que “matemática e economicamente, é impossível que [estes acordos] beneficiem as populações”.
Momentos antes de subir ao palco para debater o tema, a eurodeputada de 41 anos, explicou que “o que existe são opções para impor condições sobre as quais só os países desenvolvidos saem vencedores”, em que a competição “que deveria ser entre empresas passa para ter lugar entre estados”.
Comércio livre, os papers e as tecnologias que estão um pouco por toda a parte
Num evento como o Web Summit, onde empresas tecnológicas operam um pouco por todo o mundo e escolhem sedes com melhores benefícios possíveis, o que fazer em termos políticos?
Matias reage: “Tem de haver vontade política, as empresas têm de pagar impostos no sítio onde geram os seus lucros”. Ao mesmo tempo, exorta a eurodeputada, “se não acabarmos com os paraísos, também é a garantia que faça lavagem de dinheiro relacionado com atividades ilícitas”. Por isso, pede listagens aos países.
Afinal, “porque é que um trabalhador ou trabalhadora ou empresa não podem escolher onde pagar impostos, nem terão dinheiro para mandar para paraísos fiscais, mas uma empresa pode?”, indaga.
[Imagem de destaque: Reuters]
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