Os últimos anos de Maro têm sido cheios de momentos altos na carreira dentro e fora de portas. Ainda que o imenso sucesso a tenha feito saltar para o epicentro da ribalta, a verdade é que a cantora de Saudade, tema vencedor do Festival da Canção da RTP1, está a lidar com o luto da perda do avô – pessoa central no tema que levou à Eurovisão – e um burnout.
A revelação foi feita na sua conta de Instagram, na terça-feira, 11 de outubro, e na qual anuncia uma pausa de três semanas, mas também o cancelamento da tournée europeia e de todos os espetáculos até ao final deste ano. “Vou tirar algum tempo de folga a partir desta sexta-feira e estarei de volta a 7 de novembro”, começa por anunciar. E prossegue: “Infelizmente, não vou fazer a tournée europeia em novembro, nem vou fazer mais nenhum espetáculo este ano.”
Tal interrupção não significa, porém, o silêncio total. “Vou voltar com muita música e notícias emocionantes, se estiveres disposto a ficar por aqui até lá? (três semanas não tão longas hihi). Obrigada a todos por estarem aqui e por me apoiarem a cada passo do caminho. Fizeram-me continuar a insistir e não desistir. Lembraram-me do propósito. Por isso não consigo agradecer o suficiente”, escreveu.
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Maro, de 27 anos, explicou, na mesma mensagem que deixou ao seus seguidores, as razões da pausa, que se relacionam com o luto e com um burnout. “A primeira vez que tive uma confrontação com o luto foi há dois anos. Descobri que meu avô morreu num domingo de 2020. Toda a minha vida mudou. (…) A minha perceção do mundo – como eu o conhecia – desapareceu. E sem perceber, tal trouxe-me a este lugar estranho, sem esperança e sem brilho onde ainda estou, não importa o que eu faça ou o quanto eu tente”, confessou.
Um estado que não a travou nem no trabalho, nem, ao mesmo tempo, na tristeza que sentia. “Desde aí, lancei um EP e outros covers com NASAYA, trabalhei e (finalmente) lancei um álbum completo com Blanda, fui no Festival da Canção (PT), depois estive pela Europa por três semanas, a Eurovisão, Brasil por um mês (mais espetáculo e gravações), seguido de uma tournée por Portugal e depois outra na América do Norte, dez concertos em 14 dias. Entre outras coisas. Tantos momentos e memórias incríveis, e muitas coisas pelas quais estou incrivelmente grata. Mas também um burnout (realmente não é divertido)”, descreveu a intérprete e compositora.
“Doença pesada e com pouca vontade de ficar por muito mais tempo. Assustador, sim. Não estava a entender porque é que a vida continuava a parecer tão difícil”, confidencia na nota escrita. “Ainda me sinto afogada no luto e nunca parei para o processar, (….) não tive tempo para o entender. Continuei zangada com isso, com o mundo, com a vida”, acrescenta a cantora, anunciando assim uma pausa no percurso, mais curta na música, mais longa nos espetáculos.