“Os mais jovens não veem diferença entre homens e mulheres, querem apenas bom futebol”

marzena Álvaro Isidoro
Marzena Bogdanowicz, diretora de marketing da Women’s Football, no Reino Unido [Fotografia: Álvaro Isidoro/Global Imagens]

Faltam pouco menos de dois anos para que os jogos do Europeu feminino de 2021 arranquem, a partir do Reino Unido. Mas a esta altura, já Marzena Bogdanowicz, diretora de Marketing da Women’s Football da federação britânica (FA) tem os planos na cabeça.

Com os estádios já anunciados e com 64 mil bilhetes já vendidos para a prova – para a qual a equipa portuguesa se está ainda a qualificar -, a responsável quer esbater a distinção entre masculino e feminino. Até porque os mais jovens já não olham para o mundo desta maneira. “Notamos que as audiências mais jovens não veem diferença entre homens e mulheres, querem ver apenas bom futebol. Ou seja, o futebol feminino não está a mudar. É o futebol que está a mudar. Essa é a diferença”, sublinha Marzena em conversa com o Delas.pt, à margem da Soccerex, a conferência dedicada à indústria da modalidade e que teve lugar no início de setembro, em Lisboa. Afinal, prossegue a responsável, “aqueles que seguem o futebol seguem as equipas masculinas, mas também as femininas. Seguem o jogo”.

Um caminho que a própria federação inglesa está a fazer ou não estivessem contar recorrer aos mesmos mecanismos e estruturas que estão a ser montadas para o Euro2020 masculino, (que vai acontecer em várias cidades da Europa) e que naquele território vai ter lugar em Londres e Glasgow. “A final feminina vai ser em Wembley. Vamos usar o Europeu dos homens para melhorar para o ano seguinte e, depois, para incrementar as alterações. Vamos ter o mesmo sistema de voluntariado nas duas provas para podermos aprender a fazer melhor”, afirma. “Estamos a planear este Euro2021 procurando que seja o mais espetacular evento para mundo desportivo feminino”, promete Marzena Bogdanowicz.

“Não apoiamos emboscadas”

Fenómeno frequente no universo desportivo e não só, as marcas tentam muitas vezes entrar em campo de outras forma. O mundial feminino não foi exceção e, fruto de detalhes resultantes da dinâmica de jogo, foi frequente ver insígnias de beleza a afirmarem-se no espaço mediático: fosse um verniz nas unhas das jogadoras ou mesmo um batôn resistente à água, logo ao suor, a marcar um verdadeiro pénalti na comunicação de marketing.

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A diretora de marketing da FA e responsável para este Europeu feminino de futebol para 2021 diz que não apoiará este tipo de ataques em campo. “Não apoiamos emboscadas. Temos parceiros oficiais e se há uma jogadora com um acordo pessoal nessas circunstâncias, isso é considerado uma emboscada e será penalizado”, afirma Marzena Bogdanowicz.

Imagem de destaque: Álvaro Isidoro/Global Imagens

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