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Meghan Markle vai dar sentido à realeza britânica “por cem anos”

12/02/2018

Percorra a galeria e saiba ao que é que Meghan Markle terá de dizer adeus agora que se prepara para fazer parte da família real britânica [Fotografias: Reuters]
Adeus profissão: A carreira como atriz será um dos aspetos essenciais que Meghan Markle terá de abdicar por via da integração na família real britânica. Aliás, ela própria, bem como o príncipe Harry, estão bem cientes dessa necessidade e deixaram isso mesmo bem claro na entrevista que ambos concederam à estação pública britânica BBC, horas depois do anúncio do noivado. “Será um novo capítulo”, afirmou a futura duquesa de Sussex. Também Harry demonstrou estar atento e ser conhecedor da responsabilidade que, como marido, tal acarreta. Meghan integrava o elenco da série de advogados Suits e, no currículo, conta com participações em série como Cuts, CSI Nova Iorque e Castle.
Adeus Canadá e EUA: Meghan Markle vivia em Toronto e viajava com frequência para Los Angeles, nos Estados Unidos da América, onde trabalhava. Agora, irá obter um visto para residir no Reino Unido. De acordo com o jornal The Times, só três anos após o casamento com o príncipe Harry – marcado para maio próximo – é que a atriz poderá solicitar a nacionalidade britânica. Mas deverá responder, segundo a lei, a um exame sobre a história e a cultura inglesas.
Adeus animais de estimação: Meghan tem dois cães, mas deverá despedir-se de um deles. Segundo o porta-voz do príncipe Harry, um dos animais de estimação já estará com ela no Reino Unido. Mas o outro, Bogart, deverá ficar nos EUA - por motivos de saúde e devido à idade que tem - onde atualmente está a viver em casa de amigos da atriz. Na mesma entrevista à BBC, Meghan falava nos “dois cães que tinha há muito tempo”. E prosseguiu: “Um deles ficou com amigos meus muito próximos e o outro já está no Reino Unido há algum tempo. Ele parece estar bem.”
Adeus religião de origem: O pai pertence à igreja episcopal – que se descreve a si própria como “protestante e católica”- , a mãe é protestante e Meghan Markle chegou a estudar num colégio católico. Mas agora, para casar com o princípe Harry, a atriz irá ser batizada pela igreja anglicana. Apesar de os meios de comunicação britânicos explicarem que esta opção não teria caráter obrigatório, Meghan deverá fazê-lo por fé à rainha Isabel II – líder daquela igreja -, e porque também lhe permite voltar a subir ao altar, sendo divorciada.
Adeus livre escolha das causas que defende: Meghan Markle tem sido uma mulher de lutas enquanto figura pública (conheça-as em detalhe aqui). E embora tenha dito na entrevista à BBC que, fazer parte da família real britânica, lhe poderá trazer uma voz mais forte e contundente, tudo indica que terá de passar a consultar previamente a família real antes de fazer qualquer escolha.
Adeus descontração com a imagem: A atriz sempre foi cuidadosa na forma como se apresentou, demonstrando ser bastante eclética e livre nas escolhas que fazia (veja aqui a evolução de estilo de Meghan Markle). Porém, agora, todas as escolhas de guarda-roupa que fizer irão, inexoravelmente, carregar uma mensagem, seja de caráter pessoal, seja de leitura política ou mesmo económica.

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Britain’s Prince Harry and his fiancee Meghan Markle visit the Nottingham Academy school in Nottingham

Britain’s Prince Harry and his fiancee Meghan Markle leave after visiting a school in Nottingham

Britain’s Prince Harry arrives with girlfriend actress Markle at the wheelchair tennis event during the Invictus Games in Toronto

A frase é de Andrew Morton, o principal biógrafo da Princesa do Povo: Diana de Gales. E não é um especialista qualquer a dizê-lo. Enquanto prepara um livro sobre Meghan Markle, para ser publicado em abril, um mês antes da atriz norte-americana subir ao altar com o príncipe Harry, o historiador fala ao jornal britânico The Telegraph sobre a obra que acabou de editar: uma biografia de Wallis Simpson.

Afinal, trata-se de uma outra americana duplamente divorciada que, na década de 30 do século passado, conquistou o príncipe britânico. Eduardo VIII, herdeiro ao trono, chegou a ser coroado, mas abdicou por amor.

Tendo em conta este conhecimento transversal, Morton afirma que “se fosse pedido para, num guião para Hollywood, criar uma personagem que tornasse a família real relevante nos próximos 100 anos”, então a resposta seria simples: “Ok, é ela. É bi-racial, divorciada e atriz”, declarou o escritor.

Para o biógrafo, a Rainha Isabel II não poderia estar mais contente com a escolha amorosa do ex-enfant terrible da família. “Ela deve estar felicíssima, a dar cambalhotas de contente porque, com esta escolha do neto, ela assegurou a sobrevivência da dinastia por muito e longo tempo, e as pessoas do palácio com quem falei dizem-me exatamente isso”. Na galeria acima recorde as seis renúncias que a atriz da série Suits teve de fazer para poder integrar a família real.

A monarca, “ao permitir a entrada de Meghan e Kate [Middleton], estabeleceu um pedigree de pessoas que estão dispostas a abdicar das suas vidas para as dedicar à Coroa”, analisou o biógrafo.

Mehgan vs Wallis Simpson

A noiva de Harry esta pronta para brilhar e encantar e o escritor crê que Kate, futura rainha, estará preparada para aceitar esta sobreposição mediática da futura cunhada. Simplesmente porque deverá ser temporária. “Ela [duquesa de Cambridge] é sensível o suficiente para saber que toda a gente está fascinada por Meghan por ela ser ainda uma desconhecida. Tem o glamour e o mistério de uma estrela de Hollywood, mas chegará o dia em que se tornará parte da mobília, levando a um certo nivelamento”, considera

Morton faz questão de distinguir claramente Meghan Markle de Wallis Simpson. Para lá dos mais de 80 anos que as separam, há toda uma outra atitude.

Wallis Simpson e Eduardo VIII [Fotografia: Max Rossi/REUTERS]

Markle é muito díspar, então, de Wallis Simpson? “Acho que a enorme diferença entre é que Meghan viveu pela filosofia de receber e de retribuir. Já a tragédia para o Duque e Duquesa de Windsor [Eduardo e Wallis] é que nunca deram nada de volta ao povo“, afirma Andrew Morton.

Imagem de destaque: Reuters