Melania apoia #Metoo, mas as provas têm de ser “fortes”

Melania Trump diz apoiar as mulheres e o movimento #Metoo, mas afirma que as vítimas têm de apresentar “provas fortes” daquilo que dizem. Na sua primeira entrevista como primeira-dama, sem Donald Trump, à ABC News, quando questionada pelo jornalista, com a pergunta: “As mulheres do movimento #Metoo chamá-la de apoiante?”, Melania respondeu: “Eu apoio as mulheres e elas precisam de ser ouvidas. Temos de apoiá-las, mas também aos homens, não apenas as mulheres. Quando se acusa alguém de alguma coisa tem de se ter provas fortes, mostrem as provas.”

A questão foi colocada, dias depois de Brett Kavanaugh, ter sido confirmada a nomeação do juiz do Supremo Tribunal, apesar de ser alvo de acusações de abuso sexual. Kavanaugh foi acusado por várias mulheres de agressão sexual, incluindo uma professora universitária californiana, que, sob juramento, testemunhou que o juiz a tentou atacar durante uma festa de liceu, há décadas. O juiz negou todas as acusações e o presidente norte-americano saiu em sua defesa, considerando Kavanaugh vítima de uma “campanha de destruição política e pessoal baseada em mentiras”.

“Sob escrutínio histórico, [Kavanaugh] foi provado inocente”, declarou Trump, que tinha chegado a considerar credível o testemunho da professora.

O próprio presidente Donald Trump tem visto o seu nome envolvido em escândalos de natureza sexual, desde a campanha para as presidenciais americanas. O mais polémico é o caso extraconjugal que terá mantido com a atriz de filmes pornográficos, Stormy Daniels.

Essa é outra das questões colocadas na entrevista a Melania Trump: as consequências que as infidelidades do marido tiveram no seu casamento.

A polémica em torno da parka que a primeira-dama usou para visitar, no passado mês de junho, as crianças retidas nos centros de detenção de imigrantes da fronteira dos Estados Unidos com o México, e que dizia I really don’t care, do u?’, também não foi esquecida, numa conversa gravada em África, durante a visita recente da primeira-dama a vários países daquele continente, onde Melania fez, novamente, opções controversas, nas peças de vestuário que usou. Uma delas poderia mesmo ter causado constrangimentos diplomáticos: um capacete branco (pith helmet, em inglês) de estilo colonial e símbolo de opressão para os povos outrora colonizados, pelos europeus.

Melania num safari, em Nairobi, no Quénia, durante a sua tour oficial ao continente africano. [Fotografia: Carlo Alegri/ Reuters]
A entrevista, que promete ser “bombástica”, é exibida na íntegra, esta sexta-feira, no canal ABC News.

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