Meninas e mulheres do Quénia transformam lixo da praia em solidariedade

Elephant(1)_1200_800
[Fotografia: DR]

O que tem sido visto por todos como lixo que chega à costa do Quénia, ganha agora uma nova vida e está a ajudar a melhorar a vida de raparigas e mulheres. Mais de 50 mil quilos de solas de chinelos que anualmente poluem o mar são agora matéria-prima para uma coleção de animais que é feita por mulheres e raparigas de uma Organização Governamental daquele país, a Ocean Sole Africa.

“Esta coleção eco-solidária de elefantes e girafas, mas também de pequenas pulseiras, que elas próprias criam (e que podem adquiridos online) está ligado ao programa para meninas e tecnologia no Quénia – conhecido como Girls For Sake – e está orientado para desenvolver o potencial e o poder das mulheres e das meninas e da tecnologia”, afirma Esperanza, CEO da Fundação espanhola Esperanza Pertusa, que tem vindo a atuar em várias regiões do mundo e que procura valorizar localmente as comunidades.

Depois de experiências na Síria e no Congo, com projetos a dois anos cada, a responsável conta ao Delas.pt que a escolha do Quénia se prende com o facto de a fundação crer “que a tecnologia possa ser uma ferramenta para desenvolver este potencial”.

Para lá do Quénia, Esperanza revela que há mais projetos a correr em paralelo e que colocam a mulher no centro da atuação desta instituição. “Estamos também a trabalhar com a universidade de Alicante e a procurar o talento das mulheres nas áreas da Tecnologia, a dar formação dentro de empresa Gioseppo para as raparigas e em ações viradas para a programação”. “Falamos de programas de sensibilização para meninas e meninos sobre a importância da tecnologia e que tenha um enfoque mais diverso”, acrescenta a CEO.

Três eixos de atuação que, refere, “quer ajudar crianças pobres, apoiar as meninas e as mulheres na tecnologia a par dos desafios tecnológicos que também necessitamos de colmatar aqui mesmo ao nosso lado, isto porque tecnologia é o poder. As mulheres não participam desse poder com o seu talento”, sintetiza, clamando por uma mudança.

Sobre o futuro e novas ações locais, as mesmas ainda estão a ser estudadas, mas Esperanza Pertusa, filha da fundadora da Fundação e responsável na marca de moda e calçado espanhola Gioseppo, crê que a “moda sustentável” possa ser uma aposta a breve trecho. Para já, as prioridades estão centradas no Quénia, ao abrigo do programa Women4Change.

Imagem de destaque: Divulgação