Metade das raparigas moçambicanas casa-se antes dos 18 anos

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(Gaborbasch / Shutterstock.com)

Ainda não têm 18 anos e já estão casadas. Esta é uma realidade que atinge 48% das jovens moçambicanas, segundo valores apresentados pelo Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança. “Esta situação é lastimável e este dado revela que são necessárias medidas urgentes para combater este mal”, defendeu Mwema Uaciquete em declarações à agência Lusa.

Se a legislação se tem revelado ineficiente para combater o casamento prematuro, certo é que fatores como a pobreza, o analfabetismo e os costumes contribuem ainda mais para este tipo de comportamento. A prática da promessa de uma rapariga a um homem é ainda, por exemplo, uma realidade frequente nas áreas mais recônditas do país.

“Esta situação é lastimável e este dado revela que são necessárias medidas urgentes para combater este mal”, afirmou Mwema Uaciquete, ativista moçambicana

Mwema Uaciquete revelou que cerca de 40 associações da sociedade civil criaram a Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros com o objetivo de combater a gravidade da situação. Em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma estratégia nacional de prevenção e combate a esta realidade, mas Mwema Uaciquete pede para que seja garantida a aplicação desta norma.

De acordo com os dados avançados por aquela responsável, há províncias de Moçambique onde mais de 60% das raparigas se casam prematuramente, como é o caso de Nampula e Cabo Delgado, com 62 e 61%, respetivamente.