Os maiores escândalos salariais de Hollywood… e arredores

Ridley Scott livrou-se de uma polémica de género, com a dispensa de Kevin Spacey do filme Todo o dinheiro do mundo, por causa das acusações de assédio que pendem sobre o ator, mas conseguiu meter-se logo noutra. O ator foi substituído por Christopher Plummer, as cenas em que o avô milionário entra foram todas regravadas e o valor cobrado pelo dois atores principais para regressar ao plateau e gravar de novo as cenas é brutalmente diferente. Michelle Williams, que interpreta a mãe em busca de uma solução para resgatar o filho raptado, cobrou cerca de mil dólares, Mark Wahlberg, inspetor da polícia, 1 milhão e meio.

A diferença de 1 milhão e quatrocentos mil dólares dos cachés fez soar novamente os alarmes, quando o US Today publicou a história. Há muito que a indústria do cinema é acusada de contribuir para a enorme diferença salarial de género existente nos Estados Unidos – as mulheres cobram 23% menos do que os homens em cargos semelhantes. Este caso não podia ser mais emblemático mas os mais de um milhão e seiscentos mil euros de diferença entre os dois pagamentos vêm mostrar que mulheres e homens ainda têm tratamentos diferentes no que toca ao reconhecimento do seu trabalho.

O realizador assegurou aos jornalistas que não esteve envolvido nas negociações dos pagamentos para filmar novamente as cenas. As duas estrelas são representadas pelos mesmo agentes, mas aparentemente no caso de Wahlberg resolveram negociar condições e caso de Williams não. O filme Todo o dinheiro do mundo valeu a Williams uma nomeação nos Globos de Ouro que se realizaram no último domingo, a Wahlberg – que é hoje o ator mais bem pago de Hollywood – não.

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