Miguel Vieira: “A moda internacional aprende todos os dias com os portugueses. “

Esta entrevista foi feita com jornalista e entrevistado sentados de pernas à chinês nos bastidores do Portugal Fashion. A descontração da posição de Miguel Vieira contrasta com a seriedade da sua carreira, um percurso de 30 anos que permite olhar sobre o que mudou na moda. Falou-se de passado e de futuro, do tempo dos slides e do poder da internet, da indústria de moda e dos novos designers e até de jornalismo.

Porque é que, há 30 anos, decidiu fazer moda?

Sempre fui um miúdo que gostou de desenhar. Não necessariamente moda, mas era desenhar carros, arquitetura, banda desenhada, etc. Em criança, vestia-me como o meu pai e a minha mãe me mandavam e ponto final, nunca refilei porque não ligava nada a isso. Lembro-me perfeitamente que andava temporadas e temporadas de calções. Entretanto entrei em arte e design e depois surgiu a oportunidade de tirar o curso de controlo de qualidade no Instituto Superior de Engenharia do Porto, no âmbito do qual escolhi a especialização do têxtil. E comecei a achar muita graça a essa área. Quando acabei o curso, decidi juntar o meu gosto pelo desenho aos meus conhecimento sobre a qualidade têxtil e comecei a desenhar moda. Tudo surgiu de forma muito natural.

Como é que a forma como os seus pais o vestiam influenciou a sua forma de desenhar?

Não influenciou porque andava sempre de calções e polo. Tenho uma imagem da minha segunda comunhão em que estavam os rapazes todos perfilados com calças e lembro-me de estar de calções cinzentos antracite e com uma camisola de gola alta cinza clarinha, uma coisa completamente diferente do que se usava na altura. Mas não me influenciou muito.

E como é que era, há 30 anos, um rapaz dizer que queria ser designer de moda?

Em termos públicos poderia ser algo um bocadinho complicado, porque era uma coisa mais para meninas, mais para senhoras. Não propriamente para homens. No entanto, em relação à minha família nunca tive qualquer problema. Tive sempre um apoio muito grande.

E como é que enfrentou essa dificuldade ou nunca foi algo que o incomodasse?

Não, nunca foi uma coisa que me chateasse, sou um homem muito forte, nunca me chateei com isso.

O que é que nos falta ter em Portugal para a moda crescer ainda mais?

Nós temos marcas fortes – não têm de estar cotadas na bolsa-, mas têm um poder forte. Ao longo destes anos todos fez-se muito do trabalho, mas não temos especificamente uma marca ou um nome que seja tão conhecido como uma Louis Vuitton, uma Dior, uma Prada, uma Gucci ou uma Balmain. Esse é o grande passo que nos falta e acho que estamos a uma pequena distância de o fazer.

Como é que é que se vai dar esse pequeno passo?

Esse pequeno passo, na verdade é um passo gigante. Tem de haver, sobretudo, um investimento gigantesco em termos publicitários. Com publicidade, com dinheiro tudo se faz.

E acha que os designers individualmente conseguem dar esse passo ou faz-lhes muita falta um apoio de uma grande grupo como acontece com as grandes marcas internacionais?

Não, é impossível, é completamente impossível fazê-lo sozinhos. Em primeiro lugar, porque a maior parte dos designers portugueses vende para o mercado nacional; em segundo, não exportamos muito e não há um mediatismo de marcas portuguesas em termos internacionais. Parece-me uma tarefa árdua, mas gostaria que isso acontecesse com muitos designers. Nós temos duas ou três marcas portuguesas que têm alguma expressão em termos internacionais, são coleções e marcas comerciais, não são marcas de luxo. Era muito importante que houvesse esse segmento de luxo e que conseguíssemos passar grandes fronteiras. Mas para isso tem de haver um investimento gigante e temos de publicitar nesse sentido.

Entregaria de bom grado a sua marca a um grande grupo que pudesse fazer esse investimento?

Sim, entregaria. Não aceitaria ser um designer de um grupo. Há muitos designers para quem faz sentido uma situação desse género, ser diretor criativo da marca X, Y ou Z, no entanto eu já recebi convites nesse sentido e nunca o quis fazer. Não quis seguir essa via, porque quis sobretudo focar-me na Miguel Vieira e tentar levar o mais longe possível. Acho que tenho conseguido, mas ainda falta muito.

E já houve alguma perspetiva de poder ter esse investimento de uma grande empresa na marca Miguel Vieira?

Lentamente aparecem vários investimentos e ao longo da minha vida já me apareceram alguns, só que muitas vezes são investimentos de áreas completamente distintas como a imobiliária por exemplo e outras áreas diferentes da minha área específica. E o que eu gostava realmente era de ter uma parceria com um grupo internacional ou português, mas que tivesse também um foco na minha área. Ou seja, a Louis Vuitton tem o grupo LVHM que tem champanhe, mobiliário e outras coisas, mas depois tem um foco muito grande na moda. E até hoje nunca me apareceu um grupo ou uma coisa grande que tivesse um foco também na moda, mas gostava de ter.

E como é que se faz esse caminho para se poder chegar aí? É primeiro um caminho muito individual para se fazer nome?

Sim. É muito importante conseguir-se vender em termos internacionais, o que, muitas das vezes, não é mediático. Um designer de moda, obviamente, tem sempre essa perspetiva e percebe que não é a curto prazo, mas a médio / longo que se consegue construir uma marca. Esse é um processo que fui fazendo ao longo dos anos. Foi preciso passar por várias Fashion Weeks, por vários países e fazer notícia em cada um deles; consegui sair no jornal do Brasil, no de Istambul, de Praga, da Polónia, da Sérvia, dos Estados Unidos da América e de Milão. Fazer notícia é ter um suporte publicitário gratuito em que não temos de fazer investimento. Esse é o caminho. Ao estar a falar convosco, sei que assim a marca mais ser mais conhecida e é algo que para vós também é importante.

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Final do desfile de primavera-verão18 de Miguel Vieira no Portugal Fashion

Nos últimos tempos, vários designers disseram que as feiras têm tido menos pessoas e a forma como os buyers compram está diferente. Concorda, a moda está num ciclo de mudança?

Faço algumas feiras e nas que faço tenho uma programação exaustiva. Atendo o cliente às 9h, às 10h, 11h00,e por aí fora. Portanto, nós vamos já com marcações predefinidas e depois aparecem novos clientes. Nesse aspeto, não me posso queixar porque tenho quem me procura e desde há muitos anos. E só esses já me ocupam os tempos todos da feira. Agora, não vou para uma feira para fazer duas ou três notas de encomenda. Hoje em dia, não me desloco para fazer uma coisa desse género, mas já houve alturas em que fui e não tinha uma única nota de encomenda. Felizmente, hoje em dia, tudo isso funciona e as feiras têm uma repercussão diferente -são um bocado como uma montra de vaidade e o local onde as pessoas se mostram e captam tendências -, mas é preciso muito mais.

As feiras estão a transformar-se as segundas semanas de moda?

Estão. Há feiras, nomeadamente uma de homem, por exemplo a Pitti Uomo, que no fundo são muito focadas para os jornalistas, para os bloggers, para captar imagens, para preencher as páginas dos jornais, os Instagrams, os Facebooks e essas coisas todas. Mas as feiras são muito importantes, é lá que se faz negócio.

E é importante o designer estar presente e falar com as pessoas e explicar ele próprio as coisas?

Mais ou menos. Tem uma parte boa e outra e má. A parte boa prende-se com a relação com os clientes que já tenho há muitos anos e que gostam de estar comigo e eu gosto de estar a tomar café e estar com eles. Por outro lado, há novos clientes que ouviram falar da marca e estranham estar o designer no stand, porque se a marca é conhecida, o designer não devia ter tempo para estar numa feira.

Como é que esta era digital veio mudar a maneira como se desenha, a maneira como se vende?

Mudou na forma como se desenha e como tudo se processa, tornou-se um processo estupidamente rápido. Antigamente, havia uma criação de um vestido ou de uma blusa e tinha que se tirar fotografia, mandar para o estúdio para revelar, só daí a uma semana é que estavam prontas as fotografias e só depois as podíamos ver ou então havia slides, pegávamos nos slides com uma lupa para ver ao pormenor os detalhes, etc. Hoje não, está tudo muito rápido o que, para os designers e para a sociedade em geral, torna tudo muito cansativo, porque tudo para daqui a segundos. Essa parte ajudou os designers a terem uma enorme visibilidade. No meu caso específico, ajudou-me bastante. O online é uma realidade que cada vez mais está a acontecer em termos internacionai e percebi também que os meus clientes estão online. Portanto, acho que chegou agora a altura de fazer qualquer coisa e, na próxima coleção primavera / verão 2018, irá surgir algo online, É preciso uma equipa, neste caso muito grande, para produtos Miguel Vieira numa loja online.

Campanha de óculos Miguel Vieira.

Há um retorno real quando uma influencer ou celebridade usa uma peça Miguel Vieira?

Sim.

Antigamente as roupas de designer só tinham exposição pública nas galas televisivas, o que provavelmente fazia com que tivesse mais procura para roupa de festa. Hoje, no Instagram, mostram-se looks do dia-a-dia. Esta mudança de visibilidade fez com que tenha uma maior liberdade para desenhar outro tipo de roupa?

Sim, sobretudo porque conseguimos perceber os nossos nichos, para onde podemos ir. Conseguimos perceber, ao postar uma fotografia de um vestido comprido ou de um vestido muito curto, qual é a tendência mediante os medidores, os likes, os comentários e por aí adiante. E consegue-se perceber, mais ou menos, por onde é que a marca tem que ir, por onde é que o mundo está a ir. Essa parte digital facilita o trabalho, mas às vezes também nos confunde porque pode ter informação a mais.

E por onde é que a marca Miguel Vieira está a ir agora?

A marca Miguel Vieira, ao longo dos tempos, tem conseguido surpreender-se a ela própria de seis em seis meses. Isso foi algo que tentámos fazer sempre e é um exercício altamente complicado apresentar de seis em seis meses uma coleção nova e arrecadar um bocadinho de palmas do público. Palmas que também já não existem muitas das vezes, porque as pessoas estão de telemóvel na mão, por isso já ninguém bate palmas.

Fazem-lhe falta as palmas?

Fazem. Elas fazem falta porque é naquele preciso momento que se entra na passerelle que se consegue perceber através do ruído das palmas se as pessoas gostaram ou não. Entrar numa passerelle e sentir uma sala em pé a bater palmas é algo que é muito confortante para o designer. Se calhar tem que haver um assistente para tirar fotografias, o assistente não bate palmas, mas bate a outra pessoa.

A moda também vive disso? Desses momentos emocionais em que se percebe o calor do público?

Sou um homem muito latino, Portugal, Espanha, Itália. Portanto, sou de afetos, gosto de agarrar, tocar, mexer. E, como tal, gosto e preciso muito desses afetos. São eles que fazem com que eu depois consiga estar mais seis meses a desenhar uma nova coleção. Para mim é muito importante.

O que é que mudou em Portugal no panorama das semanas de moda nacionais nestes trinta anos?

Mudou muita coisa, o que tornou tudo mais profissionalizado e mais especializado em moda. Antigamente havia jornalistas, mas hoje em dia existem jornalistas mais focados na área específica da moda. E isso contribui para uma evolução da moda portuguesa.

Qual é a importância do jornalismo de moda especializado no desenvolvimento das marcas e da moda portuguesa?

Sentir, da parte de um jornalista, uma opinião crítica à coleção, independentemente de ser boa ou má, e conseguir perceber o que o ele escreve perante o que ele viu no desfile, é algo muito importante. Conseguir fazer copy e paste de um press release que eu envio para alguém e que depois se multiplica por não sei quantas pessoas, fazendo disso uma notícia, a mim parece-me um bocadinho estranho. Existem muitas pessoas a fazer isso, mas eu gosto mais do falar e sobretudo de perceber a opinião do jornalista, independentemente de ser boa ou má.

O facto da roupa agora ser mostrada mais no seu quotidiano e não apenas em ocasiões especiais ajudou a que os portugueses começassem a ligar mais ao que vestem e a arriscar mais?

Acho que se saiu um bocadinho do cinzentismo de antigamente. O que também começou a acontecer é que, de há uns anos para cá, temos grupos e lojas que em dois segundos replicam o que se vê num desfile.

E isso incomoda-o?

Incomoda-me ver as coisas replicadas, sim incomoda-me quando eu vou vendê-las só passados seis meses. Mas incomoda-me sobretudo a maneira a que os preços chegam. É impossível, marcas da nossa vizinha Espanha apresentarem aqueles preços. É impossível, quer dizer, têm que ter crianças a trabalhar, têm que ter mão-de-obra infantil, têm que ter pessoas em condições péssimas. Nós, em Portugal, se tivermos um bichinho dentro das nossas empresas vem a ASAE e fecha tudo, nesses países não fecha. As pessoas dormem com ratos, com isto e com aquilo. Diziam-me há dias que: “Qualquer peça que se compre desse género, no mínimo tem que ser lavada três ou quatro vezes antes de nós usarmos”, porque essas peças vêm de sítios tão estranhos, que têm tantos bichos e tanta coisa e só assim se consegue perceber porque é que essas pessoas têm preços mega baratos enquanto nós não os conseguimos ter.

É possível haver moda sustentável que seja minimamente acessível ao público?

Em penso que sim. Penso sobretudo que a marca sustentável é um futuro e que quando as pessoas começarem a perceber a importância de marcas sustentáveis aí vai haver um boom muito grande em relação às compras.

Para as marcas a importância da sustentabilidade é económica ou social?

Social, a parte social.

A Miguel Vieira é sustentável?

Sim. Nós temos um holograma que em cada uma das peças de roupa que é por causa das falsificações. Todas as nossas peças são numeradas, têm sempre um número, não podemos trabalhar com crianças, entre outras coisas. Isso tudo é feito há muitos anos e para nós funciona. Obviamente que toda a sustentabilidade tem custos muitos mais acrescidos.

O trabalho infantil está completamente erradicado em Portugal? Pergunto isto porque, até há poucas décadas havia muitas jovens trabalhavam como costureiras e não iam à escola. Conseguimos dar esse salto nestes anos?

Penso que sim. Obviamente que pode haver muita coisa camuflada, que nós não vemos. Não queria imaginar isso em Portugal. Na produção da minha roupa está completamente erradicado.

Faz esse tipo de controlo? Conhece bem as fábricas?

Sim, completamente. Vou às fábricas quase todos os dias, portanto tenho esse controlo total.

Falámos com a Suzy Menkes na ModaLisboa e um dos aspetos que ela apontou positivamente em Portugal foi o facto do desenho e a produção serem feitos no mesmo país e haver esse grande acompanhamento dos designers na produção. Isso é mesmo importante para um designer?

É muito importante e temos muita sorte em Portugal. Só na área Norte, existe uma quantidade de indústria grande e variada, um designer rapidamente consegue chegar às fases todas, porque existem as tinturarias, existem os tecidos, existe a confeção, mil e uma coisas que muitas vezes, em outros países isso não é tão fácil. Hoje em dia, já existe bastante design e produção em Portugal para se exportar em conjunto, mas o problema deste tipo de exportação é que é tudo vendido para private label, ou seja, é design e produção nacional vendido para grandes marcas que assinam o produto como delas. É tudo para marcas exteriores, e não propriamente para marcas portuguesas serem lançadas internacionalmente. Durante 30 anos, nunca vendi uma peça private label e estive em stands a apresentar as minhas coleções. Podia chegar a Gucci, a Prada, a Dior e dizer assim: “Olhe, gosto muito deste sapato, por exemplo. Mas não quero que diga Miguel Vieira, quero que me ponha Prada”, nunca aceitei. Podia ser milionário, ganhar milhões de dinheiro com isso, que é o que acontece com as indústrias portuguesas.

E acha que se isso não acontecesse, se essas fábricas também não vendessem para private label e criassem as suas próprias marcas, Portugal teria muito mais marcas do que tem agora e ajudaria a que a moda nacional tivesse outra expressão?

Então, não?! Obviamente que sim. Neste momento, Portugal é um país apetecível porque as pessoas vêm cá e têm mão-de-obra relativamente barata, somos rápidos a produzir, desde que o cliente chega até à entrega são 15 dias. É muito pouco tempo e Portugal consegue fazer isso, mas para private label, não para marcas próprias.

Como é que isso se consegue fazer?

Consegue-se fazer porque felizmente, ao longo destes anos, a indústria portuguesa estruturou-se de tal maneira que nós temos alta tecnologia em Portugal e conseguem-se cumprir esses prazos. Há uns tempos, estava numa fábrica de embalagens de cartão e soube que estão a fazer caixas para os perfumes da Dior, uma produção que estava na China e que agora está cá. A fábrica é maravilhosa, consegue dar uma resposta ótima e os compradores que, antigamente, eram obrigados a ir para a China e deixavam a família, os filhos, começaram a vir para Portugal. Estão em França, chegam a Portugal em duas horas, vão para a fábrica, estão a trabalhar na fábrica durante o dia, com alta tecnologia, preços muito bons e ao fim do dia vão comer um peixinho a ver o mar. A indústria portuguesa modernizou-se, mas infelizmente nós não temos marcas com dimensão

Acha que esta nova geração de designers poderá fazer essa mudança na criação de mais marcas?

Sim. A nova geração está mais focada na marca. A minha também esteve só que tivemos anos com muitos problemas, muitas crises e houve vários designers que desapareceram e que largaram as suas marcas. Esta nova geração está com garra, está com força, quer mudar. O mundo é deles, querem mudar tudo. E eu espero que tudo funcione muito bem.

Qual é o conselho que o Miguel Vieira pode dar a esses designers?

Tentarem retirar um bocadinho os olhos do monitor do computador. A moda e a criação não podem ser só, única e exclusivamente, feitas através de uma ferramenta que se chama computador ou internet. Tem que se pegar nas mãos, tem que se construir, tem que se ir à máquina, tem que se coser. Hoje em dia, os jovens estão mesmo muito focados no computador. Eu também estou focado, é uma ferramenta muito importante, mas é muito importante cortar, coser, estar ali e saber como se faz.

E como é que a moda ser um retrato da sociedade?

A moda de cada país mostra muito o que cada território é. Nós temos muitos países que não têm tradição nenhuma de moda e nós olhamos para eles de uma maneira um bocadinho diferente e achamos mais evoluídos aqueles que se calhar têm tradição de moda.

E qual é o retrato que a moda portuguesa faz de Portugal?

Por muita indústria que exista, acho que um dos grandes cartões de visita são os designers que depois, posteriormente, promovem o país com as suas coleções. Nós, os designers somos aqui um bocadinho um peão, um bonequinho, para poder cativar países a virem cá a Portugal.

E o que é que a moda internacional pode aprender com a moda portuguesa?

A moda internacional, como produz muito em Portugal, está a aprender todos os dias com os portugueses.

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